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ACI e Sincopar avaliam perspectivas para o comércio neste ano

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Espera-se linhas de crédito mais facilitadas, principalmente aos pequenos empresários, para que possam manter os empregos de seus colaboradores

Entrevistas e textos: Natália Tiezzi

Como o comércio vai reagir à pandemia neste início de 2021? Será que o consumidor estará mais confiante em comprar ou investir? Haverá muito desemprego? Essas são dúvidas comuns que norteiam a população neste início de ano, principalmente os empresários, sejam eles micro, pequenos ou de grandes empresas.

Para saber quais as perspectivas para o comércio, que é a mola propulsora da economia brasileira, o www.minhasaojose.com.br entrevistou o presidente da ACI – Associação Comercial e Industrial, Paulo César Olivieri e o presidente do SINCOPAR – Sindicato do Comércio Varejista de Rio Pardo e Região, Izonel Tozini, que destacaram que a expectativa é que o comércio se recupere, mas de forma lenta, por inúmeros fatores.

“Embora o Brasil saiba sair rapidamente de crises, muitos fatores precisam ser levados em consideração para que o comércio volte ao seu pleno desenvolvimento. 2020 foi um ano de queda no PIB – Produto Interno Bruto e a atividade comercial já vem acumulando perdas em seu faturamento desde antes da pandemia. Portanto, no meu ponto de vista, pelo menos neste primeiro trimestre, o cenário não é muito otimista, principalmente para os empresários”, destacou Izonel.

Paulinho Olivieri argumentou que alguns setores como os essenciais até tiveram aumento no faturamento, pois não pararam nem mesmo durante o período de total isolamento. “Entendo que este ano também estamos bem informados que o comércio e empresas em geral estão com todos os procedimentos de segurança da saúde e não são a causa da contaminação da Covid-19, e assim, a depender dos governantes nos deixar trabalhar, a economia trará sua recuperação para gradativamente sentir o retorno dos trabalhadores formais dos demais setores atingidos para que possamos recupera-la e normaliza-la”, observou o presidente da ACI.

Ambos concordam que o governo federal precisa lançar planos, principalmente relativos às linhas de crédito às grandes, pequenas, médias e microempresas. “Linhas de crédito até existem, mas são tantas garantias impostas que o pequeno empresário não tem como arcar. Liberar crédito é fundamental para que os empresários mantenham seus colaboradores, uma vez que os acordos de redução de jornada, salários já venceram. E o próprio auxílio emergencial diminuiu o valor a ser pago. Tudo isso gera uma grande instabilidade na economia que precisa ser observada e providências tomadas por parte do governo o mais rápido possível”, destacou Izonel.

“Em outro aspecto, o financeiro, é imprescindível o uso de ferramentas monetárias de crédito para as empresas efetivarem investimentos para retomada do crescimento. No aspecto político precisamos da aprovação das reformas, como a fiscal e administrativa”, observou Paulinho.

Ele atentou que “uma alternativa para amenizar esse efeito negativo no comércio são os juros baixos, que aumentam a expectativa de investimentos em obras e infraestruturas e outros setores com recursos privados trazendo, assim, o capital privado para o aquecimento da economia com geração de empregos”.

Paulinho também observou que o governo, principalmente o estadual precisa respeitar seu próprio plano São Paulo e respeitar a faixa que cada região esta, e assim, o não fechando das empresas que não são a causa da contaminação trará resultados positivos à nossa economia.

Izonel concluiu dizendo que os governantes precisam parar de pensar apenas em eleição e olhar para a população, principalmente para o empresário. “Se o comércio para, a indústria para, porém o estado não quebra, mas a empresa quebra, fecha, demite. Hoje o principal objetivo do empresário é manter o emprego de seus colaboradores, mas como ele vai fazer isso sem o respaldo governamental? Invariavelmente vamos enfrentar um quadrimestre de muito desemprego. Só espero que o governo olhe para a classe empresarial da mesma forma que anseia as eleições. Reformas administrativa, tributária e política precisam ser feitas para ontem e, assim, tentar equilibrar as despesas orçamentárias, cujo capital poderia ser injetado na economia. Temos que aguardar, ser otimistas e esperar algumas ações emergenciais do governo. Só assim poderemos nortear o desenvolvimento novamente em nosso país”, concluiu.

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