Agenor Ribeiro Netto fala dos desafios, metas e novos projetos à frente do ‘DECET’
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
Arrojado e, mesmo à altura de seus 70 anos, ‘com uma mente jovem’ e disposto ao trabalho para colocar em prática seu amplo conhecimento, excelentes contatos e transformar São José do Rio Pardo em uma cidade com oportunidades culturais para todos, da criança ao idoso. Assim é Agenor Ribeiro Netto, que aceitou esse verdadeiro desafio, talvez o último de sua vida pública, como ele mesmo mencionou, em assumir a presidência do ‘DECET’ a partir de 2021.
Em entrevista ao www.minhasaojose.com.br, ele falou um pouco sobre as metas, novos projetos e, claro, a satisfação em voltar a São José, município que sempre teve um carinho muito grande e pode demostrar isso durante os 30 anos em que viveu por aqui. “Vou retribuir à São José tudo o que ela me deu nas três décadas que aí vivi”, garantiu.
Agenor já presidiu o Departamento em outras duas gestões públicas, entre 1984 e 1988 e entre 2000 e 2003, mas agora destacou que quer deixar sua marca registrada para sempre na cultura, esporte e turismo rio-pardense. “Vejo uma oportunidade única de finalmente plantar árvores que nunca mais haverão de não germinar e que fiquem para sempre”, observou.
Ao longo da entrevista, Agenor disse que já há projetos a curto, médio e longo prazos para cultura, esportes e turismo, sendo que muitos deles pretendem ser realizados sem custos à Prefeitura, como o próprio FEMP, que terá uma outra roupagem e se integrará a um projeto maior, com temática voltada ao Meio Ambiente, e a volta da Orquestra Jazz Sinfônica, verdadeiros patrimônios culturais de São José que movimentam, inclusive, o turismo.
“Uma coisa que achei fantástica do nosso prefeito Márcio é que ele quer implantar o Contra Turno nas escolas municipais e o DECET vai ser fundamental nisto, oferecendo professores nas áreas de Música, Teatro e Dança e expandindo as escolinhas de esporte. Uma idéia que tenho é que, até o final deste mandato, cada escola tenha pelo menos uma pequena orquestra de Câmara”, disse.
O maestro também falou sobre às críticas que recebeu quanto ao seu apoio à candidatura do prefeito eleito, bem como respondeu-as com uma só palavra. Vamos saber qual foi a resposta na entrevista abaixo, na íntegra.
Agenor, como surgiu o convite para presidir o “DECET” novamente?
Nas conversas informais que tive com o Luiz Antonio Giantomassi e com o Pedro, filho dele, falei de ideias para São José e da retomada de várias coisas que tinha feito ai e que não tinham dado continuidade. Acabei colocando tudo isto no papel e levei para ele, que mostrou ao Márcio Zanetti e que gostou das propostas. Fiz isto porque morei por 30 anos em São José e o amor pela cidade é enorme! E foi quando acabei me envolvendo na campanha e gravando um vídeo pedindo votos a ele. Fiz isto por convicção porque achava que o Márcio desta vez representava mesmo uma mudança radical na política da cidade. Não tinha a menor ideia de que isto resultaria num convite. Fiquei sinceramente surpreso e, ao mesmo tempo, muito emocionado porque vejo nisto uma oportunidade única de finalmente plantar árvores que nunca mais haverão de não germinar, que fiquem para sempre.
Qual será o seu maior desafio neste novo projeto profissional e pessoal, já que se envolve sempre com tudo que faz?
Os desafios são enormes! A situação é gravíssima com zero de recursos financeiros mais a questão da pandemia que nos impede de imediatamente “colocar o bloco na rua”… Creio que a falta de recursos não será problema. São José tem uma vocação cultural e esportiva enorme! E na crise, quando não se tem dinheiro, o que tem que ter são duas coisas apenas: VONTADE DE TRABALHAR E CRIATIVIDADE! O grande desafio, dentre tantos, é fazer a cidade respirar e transpirar cultura, resgatar as nossas equipes esportivas, reabilitar e expandir a Fábrica de Expressão e, evidente, tentar a todo custo, junto com o Prefeito Márcio e sua equipe, evitar o fechamento do Polo do Conservatório de Tatuí. Diria que são vários desafios. Já não sou mais jovem, ao contrário – cheguei aos 70 anos. Esta deverá ser a última etapa de minha vida. Quero e preciso dar o melhor de mim e mais que isto: deixar lideranças que não permitam que o trabalho pare.
Agenor, quais serão suas prioridades assim que assumir o Departamento?
Estabeleci algumas metas. A primeira é ter um calendário anual de eventos e atividades que efetivamente consigamos fazer. Um planejamento imediato para ações nos 3 primeiros meses de governo. No Turismo, criar eventos culturais, gastronômicos e esportivos. Na Cultura investir tudo na Fábrica de Expressão aumentando os cursos nas áreas de Música, Teatro, Dança e Artes Plásticas. No Esporte, o estímulo e a reativação das Escolinhas de Esporte, a retomada em grande estilo das participações nos Jogos Regionais e, principalmente, a reativação da equipe de Canoagem. Uma coisa que achei fantástica do nosso prefeito Marcio é que ele quer implantar o CONTRA TURNO nas escolas municipais e o DECET vai ser fundamental nisto, oferecendo professores nas áreas de Música, Teatro e Dança e expandindo as escolinhas de esporte. Uma ideia que tenho é que, até o final deste mandato cada escola tenha pelo menos uma pequena orquestra de Câmara.
FEMP e Orquestra Jazz Sinfônica. É impossível falar de Agenor sem falar nestas duas coisas! Você gostaria que ambos voltassem a acontecer na cidade?
É inevitável que estes temas venham à tona. A ideia e os projetos são a retomada dos dois, mas sem custos para a prefeitura – tudo realizado via leis de incentivo fiscal como a Lei Rouanet e o PROAC . O FEMP deve voltar totalmente modificado. Ele vai encerrar um mega evento que terá duração de um mês. Durante o mês de setembro a cidade vai viver uma série de eventos, palestras e ações, todas voltadas para a questão ambiental. Nas escolas, os alunos terão palestras sobre a importância da preservação ambiental, do lixo ser colocado no lixo, a questão do nosso rio Pardo. E neste bojo teremos exposições, concurso e publicação de textos e pinturas feitas pelos alunos, soltura de alevinos, plantio de árvores, uma competição de canoagem e várias outras ações. O evento chamará SÃO JOSÉ É VERDE! O FEMP encerrará o evento e se chamará FEMP – O CANTO DA TERRA. Será acústico, na barranca do rio Pardo e todas as letras versarão sobre a questão ambiental. Será todo aberto ao público e no seu final, deveremos ter uma “procissão” de canoas com tochas e candeeiros que chegarão na área do festival. A ideia é que tudo isto vire noticia nacional. Sobre a orquestra, o prefeito Márcio quer a volta da Jazz Sinfônica, é um dos seus projetos, e já começamos a esboçar um projeto de Lei Rouanet para a volta dela e isto vai acontecer!
Você acredita que o Turismo se agregando ao DEC será mais proveitoso? Por quê?
Turismo e Cultura são irmãos siameses! A Cultura, o evento cultural atrai turistas. Basta ver o que acontece por exemplo em Paris, na Itália, etc. Mas tem que ser eventos de qualidade e de grande apelo. O Esporte, sobretudo os esportes na natureza, como por exemplo o montain bike tem um público enorme, assim como provas de treking, de jeeps, etc. Por isto as duas diretorias estarão preparando em suas respectivas áreas uma série de eventos que deverão movimentar a cidade o ano todo. Lembramos ainda a Semana Euclidiana, que deverá ganhar um enorme apoio e revitalização.
Apesar de ter aceitado o convite, você pretende continuar com seus projetos também em Poços de Caldas e São João da Boa Vista?
As orquestras ensaiam à noite. Terças e quartas feiras, não interferem no trabalho diurno. Além disto eu tenho o meu Maestro Adjunto que poderá me substituir quando eu não puder estar presente. Os concertos das duas acontecem também sempre aos domingos e ao longo do ano, deverei fazer aproximadamente 16 concertos, o que me deixa a maioria dos domingos livres para atividades em São José. Se acontecer algum evento que “trombe” com um concerto, o meu maestro adjunto rege.
O que os rio-pardenses podem esperar dessa “volta do Agenor ao DECET?”
Um cidadão, digamos “meio antigo”, mas com uma cabeça de um adolescente, no bom sentido! (risos). Uma vontade louca de trabalhar e trabalhar. Retribuir a esta cidade tudo o que ela me deu nos 30 anos em que ai vivi. Corresponder à confiança que o Maárcio Zenettti depositou em mim. Principalmente: não faltar com a expectativa de tantos amigos quanto à minha volta. Como disse acima é a última etapa de vida. Não tenho patrimônio financeiro, tenho moral e de trabalho. Preciso deixar isto para meus filhos e netos. Vou trabalhar, e muito!
O que você tem a dizer a pessoas que o criticaram por ter apoiado o prefeito eleito Márcio Zanetti e assumir um cargo tão importante?
Primeiro que aprendam a ser DEMOCRATAS e a respeitar o direito que todos tem de apoiar a quem quiser. Segundo, como sabe, eu rejo duas orquestras e ainda tenho a VIOLAS E VIOLINOS. Não estou desempregado. Sou movido pela paixão, sempre foi assim. Por isto mesmo não fiquei rico mesmo trabalhando como poucos. A melhor resposta para quem me criticou é uma só: TRABALHO! E aí espero que reconsiderem suas críticas…
Você é pessoa muito otimista e esse ano não foi tão fácil para ninguém! Que mensagem positiva você deixaria a todos os rio-pardenses?
Estou animadíssimo com as ideias do Marcio Zanetti – são espetaculares! Esperem trabalho, esperem muito trabalho! A equipe que estamos montando junto com o prefeito é fantástica! Tenho uma meta, no bom sentido – não deixar a cidade parada, trazer a população para a praça, afinal A PRAÇA É NOSSA! Dar oportunidades às nossas crianças, à juventude e à toda população. Vamos colocar São José do Rio Pardo no cenário nacional como cidade arrojada, avançada e culta. Acho que é isto. Sonhar o sonho impossível, e fazer de tudo para que ele aconteça. Minha vida foi isto e terminará assim.