Agricultura e Abastecimento de SP apoia produtores de São José
Profissionais do Governo do Estado e da Prefeitura auxiliam na comercialização adequada de itens de alimentação no município, principalmente na tradicional Feira do Produtor
Em razão da pandemia de COVID-19, os gestores municipais buscam alternativas que permitam a comercialização de itens de alimentação, como feiras drive thru e a modalidade delivery. E São José se adaptou aos cuidados com a saúde para manter atividades ligadas à tradicional Feira do Produtor, que acontece desde 1984. As barracas de frutas, legumes e verduras são de produtos oriundos da produção local, já que o município tem a economia baseada na agricultura – em especial, a familiar.
Para que a feira pudesse retornar (foram cinco semanas paradas logo após o anúncio da quarentena imposta pelo Governo do Estado na contenção à pandemia, em 23 de março), houve um intenso treinamento com os produtores rurais, os quais comercializam os produtos também nas quitandas e mercados locais e regionais.
“Visitamos cada um deles, levamos panfletos, conversamos sobre as formas de contaminação e relembramos o que aprenderam nas capacitações feitas pela Casa da Agricultura local, com apoio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável [CDRS] Regional São João da Boa Vista”, contou Renata Daniele Vechini Dalbon, diretora de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de São José do Rio Pardo, município da área de atuação da CDRS Regional São João da Boa Vista.
“Divulgamos os materiais disponibilizados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado para a retomada das feiras livres e outro com instruções aos produtores para evitarem o contágio, seja na hora de comercializar, seja na produção, ainda no campo. Nosso intuito é proteger todas as famílias, tanto as que vivem na área rural, quanto na área urbana”, explicou Renata.
ORGANIZAÇÃO E HIGIENE
A Feira do Produtor tem um grande entusiasta: o atual secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Luiz Roberto de Oliveira. Engenheiro agrônomo por formação, Luiz Roberto foi um dos organizadores da ação e apoiou a conquista do espaço permanente para que o produtor tivesse uma venda segura e direta ao consumidor, com preços melhores para ambos e sem atravessadores.
“É um marco para a cidade. Há produtos que só são encontrados na Feira, como o limão-cravo, que não é comercial, bem como paina e macaúba, produtos que não são encontrados em mercados comuns. Eles estão acostumados com o que a clientela quer, produtos diferenciados, muitas vezes com valor agregado, como os doces, que acabam garantindo uma clientela específica. São produtos que poderiam ficar perdidos no campo e são trazidos para a feira, garantindo uma renda ao produtor, portanto não poderíamos deixar que perdesse a continuidade”, disse Luiz Roberto.
“Há uma grande preocupação com a população rural que depende desse ganho para sobreviver, a Feira dá uma subsistência ao produtor, então foram tomadas todas as medidas preventivas para que continuasse ocorrendo e de forma segura”, afirmou Renata.
As entradas e saídas são controladas, foram feitas marcações no chão para o distanciamento (cerca de 1,5 m), a posição das barracas também foi alterada, todos usam máscaras e há álcool em gel, água, sabão e o papel toalha à disposição. Após cada realização, todo o local é higienizado para estar pronto para a próxima edição.
Segundo os organizadores, a relação entre o Governo do Estado e o município sempre foi muito boa. Primeiro, por dividirem o mesmo espaço do prédio da Casa da Agricultura, onde também foi instalada a Fundação de Pesquisa e Difusão em Tecnologia Agrícola, presidida por Rodrigo Vieira, extensionista da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, além de uma parceria para auxiliar os produtores rurais.
APOIO
O município também é conhecido pela cebola, tendo sido local de lançamento do 1º Seminário Internacional da Cebola, que passou a acontecer anualmente em diversas regiões produtivas do Brasil, evento em que são discutidos preços e novas tecnologias para o cultivo da cebola.
O técnico Rodrigo Vieira, da Casa da Agricultura, costuma comparecer à feira todos os domingos para entrar em contato com produtores e frequentadores. “Como se trata de um município com uma grande área e cerca de 800 quilômetros de estradas rurais, onde existem muitas pequenas propriedades, o incentivo ao turismo acaba sendo um potencial para a economia do município”, disse. De acordo com o profissional, todas essas ligações fortalecem o produtor rural, que se sente amparado e incentivado a oferecer sempre os melhores itens.
Francisco Caetano de Paula Lima, diretor da CDRS Regional São João da Boa Vista, afirmou que essa união é fruto de um trabalho constante da Secretaria de Agricultura. “Realizamos várias capacitações. Só com o tema ‘Rastreabilidade’, foram três no ano passado, com o objetivo de atender à Instrução Normativa Conjunta [INC n.º 2, de 7 de fevereiro de 2018] exigida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento [MAPA] e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], para comercialização de produtos vegetais frescos. Esses treinamentos constantes fazem com que os laços de confiança entre produtores e extensão rural sejam sempre reforçados”, concluiu.
Mais organizados, muitos também passaram a adotar medidas mais modernas para esse contato com a clientela, como os grupos de WhatsApp, criados pelos produtores mais jovens, os quais foram de grande auxílio. Já os mais antigos ainda fazem uso das ‘cadernetas’ e, pela relação firmada ao longo dos anos, têm conseguido levar, principalmente até os mais idosos, os produtos antes adquiridos na feira.
Fonte: Portal da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.