Antônio Fernando Nogueira Fontão: 50 anos de dedicação à Contabilidade
Sempre disposto a aprender e empreender, há 29 anos ele fundou o escritório Fontão Contabilidade, referência em prestação de serviços e oportunidades
Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta
“Não se acomodar. Querer sempre algo novo. Sair da zona de conforto”. Essas três atitudes sempre fizeram parte da vida de um dos profissionais mais respeitados da cidade quando o assunto é Contabilidade. Em entrevista especial ao www.minhasaojose.com.br, Antônio Fernando Nogueira Fontão contou um pouco de sua história, que está completando 50 anos dedicados ao trabalho junto às ciências contábeis
Ao longo dessas 5 décadas, Fontão buscou e teve a oportunidade de trabalhar em inúmeros escritórios e empresas. E ele começou a empreender desde muito cedo. “Aos 9 anos, quando ainda morava na Usina Itaiquara, criava pintinhos por meses. Depois colhia os ovos e saia vendendo. Foi assim que comprei meu primeiro relógio de pulso”, contou.
Orgulhoso, ele disse que aproveitou da melhor forma possível todas as oportunidades que galgou e que lhe foram dadas. As vivências e experiências resultaram na fundação do escritório Fontão Contabilidade, que há 29 anos é referência em prestação de serviços na área contábil.
Atualmente, além dele, o filho, Heber Breda Fontão e a esposa, Maria Luisa Breda Fontão também auxiliam na empresa, sendo que Heber já faz parte do escritório há 15 anos.
Na entrevista abaixo, Fontão, que é graduado em Administração de Empresas e tecnólogo em Contabilidade, destacou algumas passagens marcantes de sua vida profissional. Confira e inspire-se em mais essa história de um rio-pardense que com sua coragem, determinação e muito trabalho orgulha a nossa comunidade.
Fontão, quando você descobriu essa vocação à Contabilidade onde foi seu 1º emprego?
Antônio Fernando Nogueira Fontão: Na verdade, não sabia que tinha essa vocação à Contabilidade, o que eu queria era trabalhar, ter meu salário. Quando tinha 13 anos minha família mudou-se de Itaiquara para São José. Quando completei 14 anos saí à procura de emprego. E não foi fácil. Numa das primeiras tentativas, o proprietário não me deu uma oportunidade, pois acreditava que eu não precisava, já que ‘era filho de dentista’. Não desanimei! A 1ª oportunidade de trabalho veio através do saudoso Thérsio Gonçalves, proprietário do Escritório Pan Americano, um grande formador de profissionais de contabilidade aqui em São José. Minha 1ª atividade foi na Associação Comercial e Industrial, onde cuidava do SCPC, juntamente com a Eliana Bagodi. Foi uma grande experiência profissional para mim.
É verdade que deixou o trabalho aqui por uma oportunidade em São Paulo?
Sim. Sempre fui uma pessoa que não se acomodou e tentei aproveitar todas as oportunidades que a vida me ofereceu. Fiquei por 6 anos no escritório do senhor Thérsio, onde por três deles assumi a chefia. Porém, em 1976, fui convidado por um primo que tinha acabado de adquirir um escritório contábil em São Paulo. Aceitei a proposta, conversei com senhor Thérsio, o qual nunca perdi o contato pessoal e profissional. Por lá permaneci por três anos, até 1979, quando a corretora foi incorporada por um banco e perdemos nosso único cliente, automaticamente perdi o emprego.
Embora diante de situações difíceis, algum momento lhe marcou neste período?
Muitos. Antes de ir para São Paulo trabalhei na extinta Eletro Motor, onde o senhor Thérsio era contador. Lá fazia um pouco de tudo: desde trabalhos no escritório, cobrança de clientes até entrega de móveis nos finais de semana! Depois que fui para São Paulo tive que conciliar a faculdade de Administração com o trabalho. Na época havia um curso intensivo de sexta-feira e sábado o dia todo na FAE, hoje UNIFAE, em São João da Boa Vista. Viajava de ônibus bem cedo para lá na sexta, vinha para São José à noite, no sábado cedo voltava a São João. À tarde voltava para cá e no domingo, meia noite, tomava o ônibus daqui para São Paulo para segunda de manhã retornar ao trabalho.
Após perder o trabalho em São Paulo, como foi seu retorno a São José?
Foi uma época de crise econômica e realmente estava difícil conseguir trabalho, porém não desanimei. Fui convidado pelo gerente administrativo da Usina Itaiquara, à época o senhor Mário Cunha Resende. Trabalhei por lá durante 8 anos, mas sempre em busca de conhecimento e novas oportunidades. Foi assim que no final de 1986 assumi a contabilidade da empresa Pedro Marcio da Fonseca & Cia Ltda. – Fonseca Supermercados.
Com tantas oportunidades boas, por que decidiu abrir a Fontão Contabilidade?
Sempre quis ter um negócio próprio e quando surgiu essa possibilidade enxerguei como mais uma oportunidade de adquirir conhecimento e colocar em prática um pouco de minha experiência em um projeto meu. E a busca pelo conhecimento técnico sempre norteou meu escritóio. No ano de 2008, por exemplo, meus colaboradores e eu participamos pela 1ª vez do Programa de Qualidade das Empresas Contábeis, desenvolvido pelo SESCON do Estado de São Paulo. Todos os anos fomos certificados com o selo do PQEC. Agora, através de uma consultoria contratada especializada em certificações de empresas contábeis, estamos partindo para a certificação e qualificação, com o intuito de melhorar cada vez mais a qualidade de atendimento e prestação de serviços a nossos clientes.
Em todos esses anos dedicados à Contabilidade algum fato marcou sua carreira?
Em 2009 fui convidado pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRCSP) para assumir a função de delegado do CRCSP em São José, que atende mais 6 municípios, além daqui, pelo período de até 12 anos, que se encerra agora em 2020. Fui convidado porque desde o início do escritório procurei sempre participar, aprender e me atualizar em palestras e convenções estaduais e nacionais do CRCSP, CFC e SESCON/SP.
Hoje o escritório possui uma equipe de 27 colaboradores. Há algum que esteja trabalhando desde o início da abertura da empresa?
Sim, a Adriana Aparecida Hipólito Melo. Ela é uma grande pessoa, tanto pessoal quanto profissionalmente falando. Muito dedicada, atenciosa e comprometida com o seu departamento, inclusive recebendo o elogio de muitos clientes pelo seu trabalho.
Adriana, como surgiu o convite para trabalhar aqui?
À época, com 19 anos, eu trabalhava no estoque do setor de confecções do Fonseca Supermercados e o Fontão comentou que iria abrir o escritório e vi ali uma oportunidade. Acreditei na empresa e estou aqui até hoje. Sou muito grata ao Fontão pela oportunidade, confiança e pelo aprendizado aqui no escritório.
Fontão, a exemplo da Adriana, você sempre deu oportunidade para jovens em seu escritório?
Sim e continuo fazendo isso, inclusive com jovens vindos da Guarda Mirim, por exemplo. Tenho orgulho em dizer que muitos jovens que passaram por aqui puderam crescer profissionalmente e atualmente ocupam cargos de destaque em inúmeras empresas de consultoria e escritórios. Porém, a pessoa tem que demonstrar interesse, se dedicar e, acima de tudo, ingressar no curso de Ciências Contábeis, que é uma exigência atual para prestação de serviço na área.
E como seu filho, Heber, começou a trabalhar no escritório?
Desde adolescente, tanto ele quanto meus outros dois filhos se acostumaram a vir até aqui e conhecer a rotina do escritório comigo. Porém, na época do vestibular, Heber optou pelo curso de Engenharia Mecânica, o qual não fiz nenhuma objeção. Porém, acredito que ele mesmo tenha percebido que não era a área dele. Foi então que o convidei a fazer uma experiência no escritório. Ele aceitou e já ingressou no curso de Ciências Contábeis, se especializando em Direito Tributário e Empresarial. Acredito que ele se encontrou definitivamente como profissional, mas sem nenhuma imposição minha!
Para finalizar, qual o segredo do sucesso nos negócios?
Vontade de fazer acontecer, não se acomodar, procurar se atualizar e se qualificar sempre, honestidade e não pensar apenas em ganhar dinheiro. O que você recebe é consequência de tudo isso que citei e que você precisa fazer antes do dinheiro chegar. E mais uma coisa: êxito, sucesso, em qualquer que seja a área não é imediato. Portanto, não podemos desanimar por causa das dificuldades e obstáculos que aparecerem no caminho!