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Câncer Bucal: Oncologista Uanderson Resende e Dentista Fernanda Bortolozzo falam sobre a doença

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Uma das formas de prevenção é consultar o dentista e estar atento a qualquer problema na cavidade bucal

Entrevistas e texto: Natália Tiezzi – Assessoria de Comunicação Santa Casa/SAVISA

Em matéria divulgada pelo Informativo SAVISA deste mês de junho, o destaque foi para o câncer bucal, que também acomete muitas pessoas no Brasil e no mundo, sendo que um de seus principais fatores de risco é o tabagismo.

A doença, suas causas, diagnósticos e formas de tratamento, foram destacadas em duas entrevistas, com dois profissionais, sendo o oncologista e coordenador do Setor Oncologia SAVISA, Dr. Uanderson Resende e também a Dentista Fernanda Bortolozzo, graduada desde 1991 pela USP de Ribeirão Preto, que destacou a importância de cuidar da saúde bucal dos pacientes diagnosticados com câncer bucal e outros tipos de câncer.

Iniciaremos a matéria, gentilmente cedida ao www.minhasaojose.com.br, com as informações do Dr. Uanderson e depois abordaremos a doença com a dentista Fernanda, que, ao final da entrevista também ressaltou a importância da prevenção às doenças bucais para todos, não apenas para pessoas portadoras de câncer.

Dr. Uanderson Resende observou que o tabagismo e o alcoolismo são fatores de risco ao câncer bucal

Confiram, abaixo, as entrevistas.

Dr. Uanderson, em síntese, o que o Câncer Bucal?

Dr. Uanderson Resende: É o câncer que se manifesta ao longo de toda a cavidade bucal, como os tumores das regiões orais, de língua, nasofaríngea, laríngea e amígdalas

Em que idade ele pode ocorrer e quais os fatores de risco?

Geralmente ocorre em adultos e idosos, e tem forte associação com o tabagismo. Outros fatores de risco são o alcoolismo e os vírus HPV e Epstein-Barr.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O câncer oronasofaríngeo é diagnosticado por biópsia. Geralmente são tumores de natureza carcinoma epidermóide, ou seja, derivados da mucosa epitelial. Também, temos o adenocarcinoma de tumores glandulares mandibulares, salivares e parótida. A suspeita clínica da lesão tumoral ocorre por meio de lesões necróticas e ulceradas na cavidade oral de crescimento lento.

Quais as principais formas de tratamento?

O tratamento é multidisciplinar com cirurgia radical, quimioterapia e radioterapia. A ordem do tratamento depende do estágio tumoral, idade do paciente, condições e comorbidades do paciente, entre outros.

Uma pessoa diagnosticada com a doença pode se alimentar normalmente ou há alguma restrição?

Depende do estágio tumoral. Tumores maiores ou extensos geralmente necessitam de suporte nutricional e fonoaudiólogo.

O câncer bucal tem cura?

Sim, sobretudo em estágios tumorais mais precoces. Em estágios localmente avançados a cirurgia pode ter alta morbidade. Tumores avançados tem tratamento paliativo. O mais importante é investir em prevenção como a cessação do tabagismo, visita periódica ao dentista e ao médico, bons hábitos alimentares, entre outros.

A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE BUCAL

Dra. Fernanda, como o dentista detecta o câncer bucal?

Dra. Fernanda Bortolozzo: O câncer de boca deve ser detectado em avaliação clínica pelo cirurgião dentista, mas o auto exame é tão importante quanto o auto exame para detecção do câncer de mama. É importante salientar que a afta não persiste por mais de 15 dias, que não existe “calo” para adaptação de próteses e que o protetor solar é sempre necessário bem como EPI (equipamento de proteção individual) para trabalho com defensivo agrícola.

A partir do momento que é detectada possível lesão, o dentista encaminha ao médico oncologista?

No momento da detecção de lesão suspeita, faz-se a biópsia. A lesão é removida completa ou parcialmente e enviada ao laboratório para exame histopatológico, que determinará o diagnóstico. Em caso positivo, o paciente é encaminhado para o oncologista e/ou serviço de referência.

Como é o tratamento dentário de um paciente que tenha câncer bucal?

Quanto ao tratamento dentário, cada caso é um caso, e não é possível generalizar o tratamento. Os pacientes devem ter uma avaliação individualizada, para tratamento curativo e preventivo, de acordo com as suas necessidades.

A dentista Fernanda Bortolozo chamou a atenção para ações preventivas aos câncer bucal

E como prevenir o câncer bucal?

– Consultar seu dentista duas vezes ao ano,

-Não deixar dentes cariados e fraturados na cavidade oral (boca),

-Não usar próteses mal adaptadas,

-Evitar tabagismo (cigarro e outros tipos de fumo),

-Evitar etilismo (bebidas e ou substâncias alcoólicas),

– Usar filtro solar nos lábios, principalmente em caso de exposição contínua e prolongada ao sol,

-Uso de proteção facial ao lidar com defensivos agrícolas,

-Evitar usar substâncias para bochechos sem indicação do dentista,

-Evitar auto medicação.

Gostaria de finalizar ressaltando a extrema importância de ações PREVENTIVAS de qualquer outro tipo de tumor que seja tratado com quimioterapia ou radioterapia. Essas ações evitam efeitos colaterais mais severos que limitam, em muito, o paciente, refletindo na sua qualidade de vida.

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