Conjuntivite: Dra. Denise Ferreira explica quais os tipos mais comuns e como trata-las
Reportagem e texto: Natália Tiezzi
Aos internautas que acompanham o www.minhasaojose.com.br, apresentamos mais uma grande profissional que fará parte das pautas de Saúde de nossa mídia a partir dessa semana, a oftalmologista Denise Fronzaglia Ferreira.
A jovem médica é filha de um dos mais conceituados e respeitados oftalmologistas de São José, o Dr. Fábio Ferreira, e está prestando atendimentos junto à Clínica da família, à praça Oliveiros Pinheiros.
Formada pela Universidade de São Paulo, na capital, Denise fez três anos de Residência Médica no Hospital das Clínicas, que pertence à USP, com especializações e Transplante de Córnea, Cirurgia Refrativa e Catarata.
Nesta primeira matéria, a médica falará sobre uma das doenças mais comuns que acomete os olhos, principalmente nesta época do ano, a Conjuntivite. Conheça as formas, as causas, tratamentos e como se prevenir, já que ela causa muitos incômodos.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Dra Denise, o que é Conjuntivite e qual é a mais comum nesta época do ano?
Dra. Denise Ferreira: Conjuntivite é uma inflamação do tecido que recobre o branco do olho (esclera) e o interior das pálpebras. Ela pode ter causa infecciosa, alérgica ou química. A conjuntivite infecciosa aumenta muito em época de verão e um pouco no inverno. Já a forma alérgica tem preferência pelo inverno (tempo seco) e primavera (polinização). A química pode acontecer sempre que algo irritativo cai no olho.
O que causa a doença e quais as principais formas de contágio?
Nas formas infecciosas, os principais causadores em adultos são os vírus respiratórios (aqueles que dão gripe ou resfriado), já nas crianças, são bactérias. A principal forma de contágio é o contado direto de secreções contaminadas com a superfície do olho, por isso a importância de sempre lavarmos as mãos antes de tocarmos nossos olhos. Uma pessoa que contraiu gripe também pode ter conjuntivite pelo mesmo vírus.
Quais os sintomas e quando é preciso procurar auxílio médico?
Por ser uma doença extremamente contagiosa (ou seja, passa fácil de uma pessoa para outra), orientamos procurar um médico assim que apresentar sintomas, que são: olho vermelho e ardendo, sensação de areia nos olhos, secreção ocular abundante e dor no globo ocular e/ou ao redor dele.
Usar colírios sem receita médica pode ser muito perigoso? Por quê?
Utilizar qualquer medicação sem indicação médica tem riscos. No caso dos colírios, muitas vezes achamos que, por apresentarmos um sintoma parecido com alguma doença do passado que melhorou com o uso de determinado colírio, podemos repetir o tratamento feito na época. Mas, na verdade, muitas doenças oculares diferentes têm apresentação semelhante para o doente e, ao fazer um tratamento inadequado, podemos piorar a situação. Além disso, alguns colírios têm efeitos colaterais e não são todas as pessoas que podem usá-los.
Quando se está com a doença é necessário separar toalhas de banho, roupas de cama e talheres para evitar o contágio? Durante quanto tempo isso deve acontecer?
Sim. Nenhum objeto pessoal ou que entra em contato com o rosto deve ser compartilhado e todos que habitam na mesma casa devem tomar muito cuidado para não levar as mãos aos olhos. Isso deve ser feito até que o doente apresente melhora total dos sintomas.
É verdade que não se pode coçar os olhos nestes casos? O que essa coceira pode causar?
Além de aumentar a transmissibilidade por tocarmos os olhos, coçar pode levar outros tipos de vírus e bactérias aos olhos, que já estão fragilizados pela conjuntivite.
O tratamento deve ser feito sempre com colírios específicos?
Em casos de conjuntivites virais, só temos como opção controlar os sintomas de desconforto, pois não existe medicação específica para vírus. Nas conjuntivites bacterianas, é fundamental o uso de antibiótico. Realizar compressas frias e tomar analgésico simples podem ajudar no alívio dos sintomas de desconforto.
Há como evitar a conjuntivite, inclusive nestes tempos de pandemia?
Não devemos tocar o rosto sem antes lavarmos bem as mãos. A pandemia tem esse lado de educar as pessoas sobre as formas de contágio das doenças, o que permite que nos cuidemos melhor. É importante procurar um médico ao apresentar sintomas ou se houver dúvidas sobre o diagnóstico, pois a pessoa com conjuntivite infecciosa deve respeitar o isolamento social até melhora total dos sintomas.