“Deus Proverá”: Luciana Canavezi conta como a Vocação deu um novo sentido à sua vida
Ela conheceu a comunidade em um momento difícil e hoje auxilia muitas pessoas que buscam por apoio na Obra
Às vezes os momentos mais difíceis de nossas vidas nos levam a conhecer, apreciar e vivenciar as melhores experiências, inclusive no plano espiritual. E foi num desses períodos tristes e até incompreensíveis que Luciana Canavezi conheceu a então ‘Comunidade’ Deus Proverá, hoje Obra.
E, há 8 anos, este ‘chamado’ a uma vocação que nem mesmo ela sabia que possuía mudou sua vida. Hoje ela é uma das pessoas mais queridas e respeitadas não apenas da Obra, mas na sociedade rio-pardense pela dedicação, carinho e respeito por ajudar o próximo.
Em todos esses anos, Luciana, que é casada e mãe de 3 filhos, coleciona histórias boas e ruins de pessoas que, como ela, procuraram e procuram a Deus Proverá para auxílio, inclusive agora neste momento de pandemia.
Na entrevista concedida ao www.minhasaojose.com.br, ela falou sobre o assunto e também explicou como é o seu trabalho voluntário na Obra, inclusive da satisfação que tem em proporcionar um pouco de dignidade e esperança a centenas de idosos e crianças acolhidos pelos diversos projetos sociais da Deus Proverá atualmente. Confira, abaixo, a matéria na íntegra.
Natália Tiezzi: Luciana, como e quando você começou a participar da Obra Deus Proverá? Na sua família é só você quem faz parte da Comunidade?
Luciana Canavezi: Eu conheci a comunidade em 2012 , através de uma amiga querida, que me convidou para a quinta de oração. Foi uma época muito difícil da minha vida. Eu estava passando por perdas na família, meus filhos tinham saído de casa para estudar e eu havia acabado de perder meu pai. Estava muito desanimada, entristecida, precisando de ajuda. Foi então que resolvi aceitar o convite e fui, porém não sozinha, levei minha irmã comigo. E desde aquele ano não nos afastamos mais da Obra, pelo contrário. Tanto eu como minha irmã somos Consagradas na Comunidade. A minha Vocação deu um novo sentido na minha vida, devolvendo a minha esperança, alegria e renovando a minha fé. Meu marido e filhos não fazem parte da Comunidade, são amigos da Obra. Sou membro de Aliança, quer dizer, vivo minha vocação no ambiente familiar e na sociedade, sendo presença providente de Deus aonde eu estiver inserida.
Você já havia participado de algum outro tipo de trabalho voluntário antes da Obra?
Venho de uma família muito religiosa, meus pais me ensinaram os valores cristãos e me passaram a fé. Aprendi desde pequena com meu pai, sempre atuante na Igreja, Comunidades rurais, Ministro Extraordinário da Eucaristia, muito solidário às pessoas, acolhia quem necessitava na nossa casa , dava comida, abrigo. Meu pai nunca deixou de ajudar quem necessitava e acho que eu e meus irmãos herdamos isso dele, essa vontade de ajudar o próximo, de sermos solidários às necessidades do outro.
Qual a sua missão na Comunidade?
Primeiro de tudo, como Consagrada minha missão, é ser presença de Deus em todos os calvários da humanidade, vivendo e promovendo a unidade do homem ao coração de Deus, que quer dizer: onde tiver um sofrimento, uma dor, ali devo estar, ali devo levar o Cristo, semear a esperança, anunciar o evangelho e cuidar do meu próximo de maneira espiritual ou temporal. Segundo, tenho a função de Assistente Geral, onde ajudo meu Fundador, Irmão Rodrigo Dias, a administrar a Obra Deus Proverá, que é uma Obra de Deus , tudo que administramos é Dele, de Deus, e isso exige muito zelo e amor incondicional.
Nestes últimos 8 anos, que lição aprendeu com a Obra e qual sua maior satisfação em participar dela?
Minha maior lição é de que nasci para algo maior, ou seja, minha vocação é me doar para que tenhamos um mundo melhor, para a Construção da Civilização do Amor. E isso não é utopia, isso é realidade. Nosso trabalho vai desde o berçário até os idosos que moram no nosso asilo em São Paulo, atingimos a todos, levando uma Educação de valores para as crianças nas nossas escolas e Centros Educacionais (CEL), cuidamos de jovens e adolescentes e de famílias, transformando vidas e pessoas.
Minha maior satisfação é quando uma criança é adotada por uma família, quando levamos o alimento para aquele que necessita, quando um idoso do nosso asilo pode se sentir amado no seu finalzinho de vida. Quando ali semeamos a esperança, a alegria de viver, mesmo que seja por pouco tempo. Quando um dependente químico se liberta do vício e consegue reconstruir sua vida, quando vejo a alegria de uma criança nas nossas escolas, quando uma criança dos nossos Centros Educacionais pede nosso abraço, pois tudo que elas mais querem é serem amadas. Vejo em tudo isso que toda minha vida faz sentido…
Qual foi o momento mais especial que já vivenciou na Obra?
Foram tantos momentos… Mas o que marcou minha vida foi na Casa Santa Teresa de Calcutá, no Vale do Redentor, onde fui coordenadora por 2 anos. Ali eu digo que o Amor de Deus se tornou palpável, ali eu vi a Providência de Deus a olho nú, vi como Deus cuida de quem precisa, como Ele providencia na vida de quem necessita, como Ele quer cuidar dos seus pequeninos, não que toda a Obra não seja, é, mas ali na Casa Santa Teresa de Calcutá, no projeto Bom Samaritano, onde eu estava no momento, vivi o grande Amor de Deus para comigo e para com o meu próximo. Essa época marcou minha vida , pois foi um processo de Cura interior e de crescimento na fé .
Estamos passando por um momento delicado com a Pandemia. Qual a principal queixa ou medo das pessoas que te procuram na Obra para conversar, desabafar?
A maior queixa hoje é o medo, a ansiedade e até a depressão. Neste tempo de Pandemia, um tempo que ninguém escolheu, estamos tendo que aprender a lidar com ele e tudo que é novo gera insegurança. Somos humanos, falhos e pecadores, e não ter o controle da nossa vida muitas vezes gera tudo isso, mas também nos faz pensar, nos faz crescer e dar valor no que realmente tem valor na nossa vida, pois vimos que não somos donos do nosso tempo, das nossas vidas, não controlamos as coisas, pessoas ou situações, lidamos com elas e para isso é preciso ter fé, sabedoria e coragem .
Como a oração e a doação, muito vividas na Obra, podem ajudar as pessoas para minimizar esses efeitos do confinamento?
A Comunidade tem levado a esperança através das redes sociais. Todos estamos vivendo um tempo muito difícil, incerto e de medo. Muitos estão sofrendo de ansiedade, pânico e depressão, e nossa missão no momento é minimizar tudo isso com a esperança , despertando na pessoa a fé, o ânimo, a coragem, ouvindo, mesmo que pelas redes sociais. Sabe, temos ouvido muitas notícias negativas, as pessoas entram em pânico. Precisamos levar mensagens de fé e de esperança para que elas possam enfrentar esse momento com um outro olhar, sabendo que não estão sós , que tem um Deus que cuida… que mesmo que ela passe por um momento de perda, de dor, ela não está só e ainda existe a esperança de que tudo pode ser mudado pela fé e oração, que ela não desista. Isso é ser presença providente de Deus nos calvários da humanidade!
Gostaria que deixasse uma mensagem de Paz e Unidade à população rio-pardense.
Para tudo tem um tempo na vida: ela não é só de alegrias e ganhos. É como uma plantação, temos o tempo para preparar o terreno, tempo para semear, esperar nascer, produzir os frutos, colher e o ciclo se inicia novamente. Então o que estamos semeando hoje vamos colher lá na frente. Semeie bem hoje para colher bem lá na frente. Santa Teresa de Calcutá dizia: ” O que eu faço é apenas uma gota no oceano, mas sem essa gota o oceano seria menor”. Então continue.. você não está só, Deus está com você e a CDP também. #Semear a esperança.