Dia do Gastroenterologista: Dr. Eliezer Gusmão fala dos 33 anos na Medicina
No próximo dia 29 de maio é comemorado o Dia do Gastroenterologista e, em alusão à data, a Operadora SAVISA trouxe em seu Informativo Mensal uma entrevista em homenagem a um dos médicos mais queridos e respeitados nesta área, Dr. Eliezer Gusmão.
Ele gradou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Pouso Alegre, Minas Gerais, no ano de 1988; cursou mais 3 anos para se especializar em Cirurgia Geral, além de Residência Médica em Coloproctologia e Gastroenterologia.
O médico completou 33 anos de profissão e está no Plano SAVISA desde que o mesmo iniciou suas atividades, há 24 anos, sendo um dos principais nomes que se uniram para promover o São Vicente Saúde. Recentemente, Dr. Eliezer foi nomeado como Diretor Técnico da Santa Casa, função que já está exercendo junto ao hospital.
Na entrevista, Dr. Eliezer destacou os motivos que o levaram a optar pela Medicina e se especializar em cirurgias e pelo aparelho digestivo, contou fatos marcantes da carreira, bem como pacientes que o emocionaram ao longo destas mais de três décadas como médico.
Ele também mencionou o trabalho que desenvolveu durante 26 anos no Pronto Socorro, local onde também conquistou o reconhecimento da população rio-pardense e de toda a região.
Dr. Eliezer citou, ainda, as doenças mais comuns que acometem o sistema digestivo, alguns tipos de cânceres que aumentaram e diminuíram nos últimos anos e deu dicas de como manter o aparelho digestivo saudável, principalmente nestes tempos de pandemia, observando que o emocional também interfere no funcionamento do organismo como um todo.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Dr. Eliezer, por que optou pela Medicina?
Eliezer Gusmão: Bem, quando eu era garoto e ainda vivia em Itaiquara, após uma gincana, fui presenteado pela Dona Esméria do Amaral Mesquita com um livro bibliográfico do primeiro cirurgião que promoveu uma cirurgia de transplante de coração no mundo, o médico sul africano Christiaan Barnard. Eu fiquei encantado com o livro e decidi que iria cursar Medicina e dedicar a fazer cirurgias como, de fato, ocorreu.
E quando começou a exercer a Medicina?
Há 33 anos. Antes até da especialização já dava plantões em Prontos Socorros, inclusive aqui em São José do Rio Pardo, e nunca mais parei de trabalhar! No Plano SAVISA estou trabalhando desde o dia em que foi inaugurado. Lembro quando os médicos se uniram, pois a Santa Casa estava passando por um momento financeiro delicado e resolvemos auxiliar para que o Plano pudesse dar esse suporte financeiro ao hospital, bem como se consolidar assim como, de fato, aconteceu.
Qual foi o momento mais importante/marcante de sua carreira?
Difícil mensurar, mas acredito que o momento mais importante foi quando assumi a chefia do Pronto Socorro, 26 anos atrás. O P.S. enfrentava muitos problemas e eu aceitei o desafio. Pouco a pouco ele foi estruturado e hoje é um dos mais respeitados e talvez o melhor de nossa região.
Algum paciente lhe marcou nesta trajetória profissional?
Vários pacientes marcaram, mas dois deles em especial. Um desses pacientes era usuário de drogas, chegou ao P.S. com vários ferimentos a faca e estava em choque. Prestei os primeiros atendimentos e encaminhei direto para o Centro Cirúrgico, onde também contei com o apoio do Dr. Pizani e da dra. Sheila Pizani, que o anestesiou para a cirurgia. Ele possuía um ferimento no ventriculo esquerdo e foi raro ele ter chegado vivo ao Pronto Socorro. Levamos 5 horas para suturar o coração e o pulmão deste paciente, que sobreviveu, mudou completamente sua vida e atualmente é pastor. O outro paciente, de 45 anos na época, estava com câncer gástrico em estágio avançado. Fizemos uma gastrectomia total e disse a seus familiares que ele viveria no máximo 1 ano. Pois ele está vivo há 15! Inclusive tomamos uma cerveja juntos algumas vezes.
O que é o melhor e o que é o pior em ser médico?
O melhor é ver o resultado positivo da conduta, do tratamento, a cura do paciente. O pior é exatamente o contrário. Além disso, lidar com doenças crônicas como a Doença de Crohn, retocolite ulcerativa, hepatopatias crônicas, que na maioria das vezes acomete pacientes jovens, que são difíceis de lidar, e também os pacientes acometidos com câncer terminais.
Atualmente, quais são as principais doenças que acometem o sistema digestivo?
Acredito que sejam as mesmas há tempos, entre elas gastrites, esofagites, úlceras gastroduodenais, distúrbios funcionas do aparelho digestivo, dispepsias funcionais, síndrome do intestino irritável, colestites, pancreatites, apendicites, diverticulites. Também observo que alguns tipos de câncer, entre eles o de reto, de canal anal, esôfago aumentaram. Já os cânceres gástrico, de colo e de pâncreas diminuíram nos últimos anos.
O que podemos fazer para evitar essas doenças ou diminuir suas incidências?
É procurar ter hábitos saudáveis na alimentação, não abusar do álcool, evitar comidas muito gordurosas, temperadas, evitar o cigarro, além de controlar o stress diário, a prática de exercício físico, sempre orientados e controlados. E sempre procurar orientação médica quando surgir qualquer sintoma dessas doenças. O diagnóstico e tratamento precoces evitam complicações futuras. Também recomendo a realização de exames periódicos, principalmente para aqueles que já passaram dos 30 anos.
É verdade que fatores emocionais podem desencadear problemas digestivos? Quais?
Problemas emocionais podem afetar o sistema digestivo, assim como qualquer sistema do corpo humano. Esses problemas podem agravar doenças pré existentes e em tratamento. E com o aparelho digestivo não é diferente. Pacientes que enfrentam problemas emocionais podem apresentar piora em dispepsias funcionais, síndrome do intestino irritável, gastrite, úlcera, retocolite ulcerativa.
Neste momento de tensão, medo, ansiedade e até depressão que muitos estão vivendo diante da pandemia, como não comprometer o aparelho digestivo?
Olha, neste momento que estamos vivenciando é difícil não compromete-lo de alguma forma. O ideal é sempre buscar orientação quanto às doenças, procurar não ficar muito preso às notícias negativas, ao pânico difundido por algumas mídias. Além disso, procurar ajuda por meio do médico, psicólogo, amigos, enfim, inclusive para não agravar doenças pré existentes do sistema digestivo ou o aparecimento dessas que relatei.
O senhor é considerado um dos melhores especialistas na área. O que é ser um bom médico gastroenterologista?
Acho que ser um bom médico é estar sempre à disposição do paciente Trata-lo com respeito, honestidade, sinceridade. E também nunca deixar de estudar, se atualizar, bem como ser humilde e reconhecer as suas limitações, e, muitas vezes, encaminhar o paciente a outros profissionais que tenham mais conhecimento que a gente.
Por: Assessoria de Imprensa Santa Casa/SAVISA. Jornalista responsável: Natália Tiezzi – MTb 57.586/SP.