Do consultório à bike: Dra. Anelena Braghiroli conta como pedalar mudou sua vida
A dentista disse que superou medos, perdeu peso e também eliminou o estresse do dia-a-dia por meio da prática do Ciclismo (Montain Bike)
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
Faz um ano e meio que a vida da odontopediatra Anelena Simões Braghiroli mudou através de um veículo de transporte que em São José já se tornou um hobby para milhares de rio-pardenses: a bicicleta. A rotina de quase 12 horas de trabalho no consultório, onde a dentista também é especializada em cuidar dos dentinhos de pacientes especiais, agora conta com o apoio das pedaladas para tornar seu dia mais leve, sua mente e corpo mais sãos.
Embora tenha buscado no ciclismo uma forma de praticar uma atividade física também com o intuito de perder peso, a decisão de andar de bike não aconteceu de forma tão habitual com Anelena.
“No início do ano passado eu estava um pouco acima do peso e queria praticar algum esporte, mas confesso que me sentia envergonhada. Foi então que meu marido e meu sobrinho, que já pedalavam há 7 anos, me incentivaram a começar a pedalar também. Sinceramente eu achava aquele negócio de acordar praticamente de madrugada para pedalar em algumas ocasiões uma loucura, mas me senti realmente motivada por eles. No início eu relutei, pois tinha muito medo de cair, machucar minhas mãos, meus instrumentos de trabalho! Depois fui me acostumando e encarei como mais um desafio em minha vida”, disse.
A dentista destacou que contou com apoio e atenção especiais da equipe Rei das Magrelas, onde adquiriu sua primeira bike. “E eu quis uma bicicleta rosa, minha cor favorita, que fosse bem simples, embora meu sobrinho Francisco já tivesse me alertado que quanto mais equipada, mais segurança a bike me traria. Enfim, o Hugo, a Silveli, Amanda e equipe foram super atenciosos comigo e me entregaram a bicicleta do jeitinho que eu queria. Comecei a pedalar na avenida Perimetral e, depois de um tempo, a praticar mesmo o Montain Bike pelas estradas rurais”.
DE INCENTIVADA A INCENTIVADORA
Aos poucos, o medo foi cedendo espaço à confiança, porém Anelena afirmou que até hoje ainda sente dificuldades em alguns trechos, como as subidas, por exemplo. “Sempre fui uma pessoa muito alto astral e contei com o apoio, além de meu marido e sobrinho, também de minha filha e amigos que fui fazendo durante os passeios e pedais, aliás, fazer amizades é mais uma riqueza que o ciclismo proporciona. Pedalamos, nos divertimos, damos muitas risadas, enfim, aliviamos o estresse cotidiano em cima da bicicleta!”.
E de incentivada, a dra. Anelena se tornou incentivadora. “Em setembro do ano passado, uma grande amiga, a Rossana Maldonado, disse que iria comprar uma bike para começar a pedalar comigo. Eu ainda estava um pouco insegura, mas tinha que passar segurança à ela. E foi assim que nos tornamos grandes companheiras de ciclismo. Uma sempre apoiando a outra”.
O que tempos atrás era sinônimo até de ostentação para Anelena se tornou imprescindível para melhorar suas pedaladas. “Praticamente montei e equipei uma nova bicicleta e entendi que isso não era gastar dinheiro, mas investir em conforto, segurança e tranquilidade ao pedalar. Até roupa especial eu adquiri, sendo que no início eu pedalava de bermuda, camiseta e boné”, contou.
POMADAS, GASES, FERRAMENTAS E ATÉ BUZINA: O SEGURO MORREU DE VELHO!
Quem pensa que Anelena equipou apenas a bike, engana-se. Ela leva praticamente uma bagagem consigo, o que inclui materiais de primeiros socorros com inúmeros itens, além de ferramentas, álcool gel e até uma buzina. “O seguro morreu de velho, não é mesmo? (risos). Já socorri muitos amigos com minhas ferramentas, meus remedinhos, enfim, sou conhecida como aquela que leva tudo na mochila. Muitos amigos falam que eu tenho dificuldade para subir os morros devido ao peso da minha ‘mochilinha’, mas não abro mão de tudo isso. Se não for para ajudar a mim mesma, sempre alguém pode precisar de algum socorro”.
Embora tomando todos os cuidados, bons equipamentos e precavida com sua mochila, Anelena não escapou de alguns tombos. “Ah, isso é inevitável. O primeiro cai direto na lama (risos) e o outro me desequilibrei e cai em cima de um carro, pode?! Apesar dos sustos não foi nada grave. Na verdade até os tombos servem para que levantemos com mais confiança neste esporte, aliás acho que na vida!”, observou.
PÔR DO SOL: REMÉDIO PARA A ALMA
Além da prática de atividade física, o que já lhe rendeu perder 10 quilos, interatividade, amizades e alívio das tensões cotidianas, Anelena disse que aproveita os passeios e pedais para captar belas imagens na zona rural. “Adoro fotografar pôr do Sol. Eles me revigoram para enfrentar a semana com mais disposição. Às vezes fico pensando na riqueza que temos aqui pertinho: basta dar uma voltinha de bike pelas fazendas e sítios em torno da cidade para descobrirmos que precisamos de tão pouco para sermos felizes. São esses pequenos prazeres que tornam nossa vida mais leve!”, ressaltou.
A dentista finalizou fazendo um convite: “Recomendo e convido todos a vivenciarem essa experiência maravilhosa que é pedalar. Não importa se você tem medo, está um pouco inseguro ou não tem uma bicicleta tão equipada. Os grupos de bike são muito abertos a novos participantes, um ajuda o outro nas dificuldades, enfim. A bike é um instrumento de liberdade, prazer e superação. Hoje eu não imagino minha vida sem pedalar. Bora com a gente???” concluiu.