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Dr. Buffoni completa 90 anos: Homenagem a um dos médicos mais queridos de Rio Pardo

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Na foto, de cinco anos atrás, Buffoni em seu consultório quando realizava exames oftalmológicos específicos para Carteira de Habilitação

Texto: Natália Tiezzi

Nesta quinta-feira, 11 de julho, um dos médicos mais queridos e respeitados de São José do Rio Pardo, o Dr. Carlos Milton Buffoni completa 90 anos.

Em mais de 60 anos dedicados à Medicina, em que se especializou em Nariz, Ouvido e Garganta (Otorrinolaringologia) e Olhos (Oftalmologia), ele auxiliou muitos pacientes a enxergarem melhor, ouvir e respirar com mais qualidade, e também fez com que muitos deixassem de sentir as terríveis dores de garganta, fato, que inclusive, o incentivou à Medicina, já que sofreu muito em uma cirurgia das Amígdalas.

“Foi uma cirurgia traumática para mim, porque a anestesia mal pegou, eu senti muita dor, vi muito sangue… E desde aquele dia eu jurei que faria Medicina para nunca mais ninguém sofrer como eu sofri nesta cirurgia!”, disse em entrevista ao site Minha São José, em julho de 2019, ocasião em que completava 85 anos.

Nossos parabéns, com desejos de muita saúde e alegrias ao mineiro Dr. Buffoni, já que é natural de Guaxupé, e que nestas mais de seis décadas em São José do Rio Pardo conquistou e auxiliou muito mais do que pacientes, mas criou amigos e a certeza de que exerceu, com exímia competência e dedicação, a Medicina!

Abaixo, reproduzimos a entrevista, na íntegra, realizada cinco anos atrás. Confiram!

Neste registro, também de 2019, o médico com a família

UM POUCO DA HISTÓRIA DE DR. BUFFONI

O jeito sempre atento, os passos ágeis e a boa conversa, sempre com seu bom humor bem peculiar, são as marcas registradas desse grande profissional.

Ele, juntamente com a esposa, Maria Angélica Bordin Buffoni, recebeu a reportagem do site em sua residência, acompanhados pela graciosa e exibida cachorrinha Luna, a ‘filha caçula’ do casal.

Além deles, as filhas, genros, nora e dois netos também estavam presentes, já que todos os dias no final da tarde se reúnem para o famoso café, servido pela matriarca com todo carinho. “Todo dia é assim. Quem pode sempre passa por aqui e toma um café conosco. Meu pai sempre dizia que a união da família é uma das coisas mais importantes da nossa vida e aqui, graças a Deus, todo finalzinho de tarde é assim: todos reunidos”, contou o médico.

Natural de Guaxupé, Buffoni disse que sempre quis ser médico. “Isso desde criança, mas a vontade aumentou quando, um pouco mais crescido, operei as Amígdalas. Foi uma cirurgia traumática para mim, porque a anestesia mal pegou, eu senti muita dor, vi muito sangue… E desde aquele dia eu jurei que faria Medicina para nunca mais ninguém sofrer como eu sofri nesta cirurgia!”, contou.

E assim, em 1955, ele foi para o Rio de Janeiro e ingressou na Faculdade de Ciências Médicas do Estado da Guanabara. A formatura ocorreu em 1961 nas especialidades Nariz, Ouvido e Garganta (Otorrinolaringologia) e Olhos (Oftalmologia). “Naquela época não havia separação nas especializações como acontece hoje. Portanto, iniciei minha carreira como Otorrinolaringologista e Oftalmologista, ainda no Rio de Janeiro, mas foi em São Paulo que me estabilizei na profissão”, disse Buffoni.

A vinda para a capital paulista aconteceu porque o pai do nosso querido médico queria que o filho ficasse mais próximo da família, que ainda residia em Guaxupé. “Em São Paulo trabalhei no Hospital Matarazzo com os maiores especialistas em ambas áreas e isso me proporcionou uma grande experiência. Particularmente fazia de tudo, aliás tudo que era ruim do ponto de vista médico, caía ali! E foram muitas cirurgias. O que eu nem imaginava era que isso me ajudaria tanto em um outro trabalho que me surgiria anos mais tarde, aqui em São José”.

O convite para prestar seus já conhecidos e respeitados serviços médicos surgiu por meio do saudoso doutor João Batista de Lima e do filho, doutor Marcos Pereira de Lima. “Eu viria substituir um outro cirurgião, o doutor Osvaldo Galotti, aos finais de semana aqui em São José. E assim aconteceu por mais de dois anos. Atendia em São Paulo durante a semana, chegava na sexta e fazia os atendimentos naquele dia e aos sábados e domingo voltava para a capital. Uma vida corrida, de muita dedicação, abnegação e amor à Medicina. Aliás, para qualquer que seja a profissão a se seguir, a primeira coisa é gostar do que você se propôs a fazer. O restante é prática”, observou.

Nesta época, em meados de 1965, Buffoni optou por se mudar definitivamente para São José, juntamente com a família e os filhos, ainda crianças. “Confesso que já estava estabelecido profissionalmente em São Paulo, mas a rotina era muito cansativa. Aqui eu poderia ter a chance de ver meus filhos crescerem e em uma cidade mais tranquila. E assim, em 1966, viemos definitivamente para São José”.

Dr. Buffoni, a esposa Maria Angélica e Luna

MARIA ANGÉLICA: COMPANHEIRA PARA TODAS AS HORAS

Impossível falar da vida profissional de doutor Buffoni e não mencionar Maria Angélica. A companheira de todas as horas e momentos sempre apoiou as decisões do marido. “Ser mulher de médico não é fácil. Foram muitas madrugadas sozinha, algumas sendo acordada pelas emergências, datas festivas incompletas sem ele presente. Mesmo sem querer a gente acaba vivenciando um pouco dessa rotina da Medicina. Todavia, sempre apoiei e continuarei apoiando o Carlos em tudo”, afirmou.

Ela disse que quando a família se mudou de São Paulo para cá foi muito bem recebida pela comunidade e por pessoas muito queridas, a exemplo da saudosa dona Cotinha. “Éramos vizinhas e sempre pude contar com a bonita amizade dela comigo, com meus filhos. Hoje tenho certeza que Carlos e eu tomamos a decisão correta ao sairmos de São Paulo. Aqui pudemos participar mais ativamente da vida dos nossos filhos e também ter mais tranquilidade”.

O AMOR À MEDICINA

Sempre disposto a exercer a Medicina da mais competente e dedicada forma possível, o que fez com que conquistasse milhares de pacientes, Buffoni contou alguns momentos marcantes na sua carreira. “Nestes 58 anos foram milhares de atendimentos, clientes e procedimentos, principalmente cirúrgicos. Atendi desde crianças para retirada de grãos de feijão e milho do nariz até cirurgias mais complexas no septo e olhos. Nos finais de ano a coisa piorava um pouco (risos). Réveillon e principalmente Carnaval eram muitas brigas e nós, oftalmos e otorrinos tínhamos que dar conta da ‘alta demanda’ de feridos. Quantas madrugadas foram assim, atendendo emergências”, recordou.

A disposição em também ajudar os colegas de profissão lhe rendeu uma boa convivência e muitas amizades, principalmente na Santa Casa, onde manteve consultório por mais de 20 anos. “Sempre que pude ajudei meus colegas e sempre fui auxiliado quando precisei. A Medicina também é isso, essa cumplicidade entre os profissionais para oferecer o melhor ao paciente”.

Questionado sobre um conselho que daria aos jovens que pensam em fazer Medicina, ele enfatizou. “Não apenas para quem pensa em estudar Medicina, como para qualquer outra profissão, o amor ao que você faz é essencial para desenvolver bem suas funções. Específico para Medicina eu diria que os futuros médicos devem ouvir mais seus pacientes. Costumo dizer que médico tem que ter paciência de parteira! Muitas vezes o próprio paciente faz o diagnóstico de si próprio. A atenção do médico é primordial, é vital, literalmente falando, ao paciente”.

Embora já tenha aposentado de suas atividades profissionais, Dr. Buffoni sempre foi evidenciou o trabalho e concluiu a entrevista com esta frase. “O trabalho é essencial para o ser humano, em qualquer idade. Ele é que nos motiva todos os dias a acordar cedo, fazer o nosso melhor naquele dia, e voltar para a casa com a sensação de dever cumprido”.

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