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Dr. Noronha: 33 anos de dedicação e respeito à Polícia Civil

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Delegado falou com carinho e respeito dos trabalhos que já desempenhou, inclusive em São José, onde praticamente fez sua carreira profissional

Reportagem e texto: Natália Tiezzi

No último 21 de abril foi lembrado o Dia das Polícias Civil e Militar e, em homenagem a todos os profissionais que atuam em ambas, arriscando diariamente suas vidas em defesa da sociedade, o www.minhasaojose.com.br traz uma entrevista com uma das pessoas mais respeitadas na área em nossa região.

O jeito simples, o amor e a dedicação à profissão fizeram e fazem do Dr. Benedito Antônio Noronha Junior um Delegado muito bem relacionado e próximo à população.

Noronha iniciou carreira na Polícia Civil como escrivão. Entretanto, a possibilidade de ajudar ao próximo e a oportunidade de corrigir injustiças o levaram à profissão de Delegado.

Apesar de ter atuado em São Paulo, Sumaré, Tapiratiba, Noronha fez a maior parte de sua carreira em São José, onde dedicou-se por mais de 20 anos. O excelente desempenho na Polícia Civil e a proximidade com os rio-pardenses lhe renderam muito além de conquistas profissionais, mas muitos amigos, tanto que apesar de trabalhar no município vizinho de Casa Branca ele reside com a família aqui em Rio Pardo.

Ao longo da entrevista, Dr. Noronha, que é casabranquense e bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Pinhal no ano de 1991, sendo habilitado em exame da Ordem dos Advogados do Brasil, contou sobre os desafios da profissão junto à Polícia Civil, a qual se dedica há 33 anos, sendo 26 deles como Delegado.

E, apesar de toda experiência a altura de seus 54 anos, ele confessou que ainda é movido pela adrenalina do dia-a-dia que a profissão lhe confere e pela satisfação ao ver que a vítima de um crime teve sua vida preservada. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra, com agradecimentos ao Dr. Noronha por aceitar nosso convite, parabenizando-o e também a todos os profissionais da área.

Dr. Noronha, há quanto tempo o senhor atua na Polícia Civil?

Dr. Benedito Antônio Noronha Junior: Estou na Polícia Civil há 33 anos, sendo que ingressei nos quadros da Polícia Civil no ano de 1987, no dia 17 de fevereiro, no cargo de Escrivão de Polícia, depois de passar em concurso público. Após alguns meses na Academia de Policia Civil de São Paulo, localizada na cidade Universitária (USP), na capital, fui designado para a cidade de Conchal, permanecendo ali por 5 anos e meio. Após concluir o curso de Bacharel em Direito, prestei concurso para ingresso na carreira de Delegado de Polícia, que ocorreu no ano de 1993, também por concurso público, onde então novamente cursei a Academia de Policia Civil de São Paulo. Após o curso fui trabalhar na Zona Norte da cidade de São Paulo, no 28º Distrito Policial no Bairro da Freguésia do Ó. No mesmo ano em agosto fui transferido para o município de Sumaré – SP, próximo a Campinas, e ali fiquei por um mês, e em seguida vim para São José do Rio Pardo, onde praticamente fiz carreira.

Por que optou por seguir a carreira de Delegado?

Minha Motivação para entrar na Policia inicialmente foi buscar um emprego estável e que pudesse suprir meus gastos financeiros, mas após iniciar minha carreira como Escrivão de Polícia fiquei apaixonado pela adrenalina que o trabalho produz, pela oportunidade de auxiliar o próximo e de corrigir injustiças. Sabe aquelas injustiças que vemos no dia a dia, tinha a oportunidade de fazer a diferença, e então não se quer mais sair da Polícia, apesar das dificuldades de recursos para o trabalho e os baixos salários. Então tive a necessidade de fazer mais do que fazia, e a carreira de Escrivão não me permitia, era limitada ao trabalho interno da Delegacia. As vezes discordava da decisão do meu Delegado, mas não podia contestar por questões de hierarquia. Então tomei a decisão de prestar concurso para Delegado de Polícia, assumindo a carreira no mês de março de 1993, iniciando minhas atividades no plantão Policial da Capital, 28º DP, sendo muito interessante minha passagem por alí, pois os plantões era sempre recheados de boas histórias.

O senhor é muito querido pelos rio-pardenses. Por quanto tempo o Dr. atuou na Delegacia aqui da cidade?

Após rápida passagem por Sumaré, assumi a assistência da Delegacia de Polícia de São José em outubro de 1993, ficando apaixonado por essa cidade, nossa “Sanzé”. Adorava a vista do rio que corta a cidade. Pode-se dizer que hoje me sinto um pouco Riopardense, pois a convivência aqui me possibilitou conhecer muitas pessoas maravilhosas, pessoas que levo no meu coração, sendo que adotei-a como minha e hoje moro aqui com minha família.   

Em quais outros municípios já trabalhou e como surgiu a oportunidade na Chefia da Polícia Civil?

Como Policial trabalhei em São Paulo, Sumaré, São José do Rio Pardo, Tapiratiba e agora em Casa Branca. Em São José, foi o lugar que mais trabalhei, foram 22 anos e 8 meses, quando então fui para Tapiratiba, e ali permaneci por mais um ano. Confesso que já pensava em aposentadoria, mas fui novamente convidado a novos desafios e desta vez para trabalhar na DIG – Delegacia de Investigações Gerais, em Casa Branca, onde também fiquei por mais um ano, muito motivado e apaixonado pelo trabalho. Por fim fui convidado a assumir a Chefia da Polícia Civil na região, assumindo o cargo de Delegado Seccional de Polícia, também na minha terra natal.

O que é o melhor e o que é o pior em trabalhar como Delegado?

Como toda a profissão, acho que ser Delegado tem seu lado bom e ruim. O lado bom é poder fazer o bem às pessoas, ajudar aos mais humildes e buscar a justiça. Isso é algo que fazemos com carinho todos os dias e fazer algo que gostamos é muito prazeroso. Aqui na Polícia nem um dia é igual ao outro, não há rotina! Agora o lado ruim é que se trata de uma profissão que nos absorve muito, nos leva à exaustão muitas vezes, pois não temos horas de folga, estamos sempre de plantão e isso acaba prejudicando o convívio com a família, e, na maioria das vezes, não é valorizada.

Ao lidar com todos os tipos de marginais, o senhor já sofreu ameaças ou temeu pela vida de seus familiares?

Depois de mais de 30 anos de trabalho policial, dizer que não sofremos ameaças não seria verdade, mas procuro não levar essas situações para casa. Evitamos deixar a família tensa, pois isso faz parte das nossas vidas. Uma coisa que apreendi ao logo dos anos, é que se você como Policial ao prender alguém, respeitá-lo como ser humano e respeitar sua família, você também será respeitado. Não tenho problemas com ninguém, pois nunca levo para o lado pessoal, sempre sou profissional.

Qual é a sua maior satisfação como Delegado?

A minha maior satisfação como Delegado é conversar com a vítima de um crime e ver que ela está bem e que sua demanda foi resolvida, seu bem recuperado ou sua vida preservada. Isso é o que nos move todos os dias.

Para finalizar, gostaria que o Dr. deixasse uma mensagem com relação aos profissionais das Polícias Civil e Militar

Na verdade, gostaria de pedir às pessoas que confiem na Polícia. Ela está aqui para defender e proteger o cidadão. Nós, enquanto profissionais da Civil e Militar, estaremos sempre a disposição da sociedade.

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