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E.E. “Tarquínio Cobra Olynhto”: Tradição educacional vivida por muitas gerações

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Escola, que completou 91 anos, é uma das mais queridas por seus alunos e também ex-alunos que, inclusive, a visitam com frequência

Reportagem e Texto: Natália Tiezzi Manetta

Uma tradição escolar que completou 91 anos. Uma escola estadual que marcou a vida de muitas gerações de alunos que por ela passaram durante todas essas décadas. Impossível ser rio-pardense e não ter alguém na família que possua uma memória afetiva com a E.E. “Tarquínio Cobra Olyntho”.

Nossa reportagem destaque da semana contará um pouco da história dessa, que é a segunda escola mais antiga do município, e como ela está hoje, inclusive com relação aos alunos, estrutura e projetos desenvolvidos, os quais tem feito com que a escola se destaque na cidade. Também vamos resgatar esse carinho dos ex-alunos com a instituição de ensino, sendo que muitos a visitam até hoje para relembrar os bons momentos vividos ali.

A reportagem foi recebida pela diretora Ariane Schiavon e Silva e pela professora coordenadora Cármen Sílvia Pires Nóbrega, que contaram alguns fatos históricos da escola. “Quando criada, a escola nem mesmo tinha esse nome. Em 1º de março de 1928 aconteceu sua criação, com o nome de 2º Grupo Escolar de São José do Rio Pardo. E somente em 1º de agosto daquele ano o grupo foi instalado, ocupando um imóvel onde atualmente funciona o restaurante Ranchão. Já em 1936, o grupo recebeu o nome de “Tarquínio Cobra” e se instalou neste prédio onde funciona até hoje. E, em abril de 1950, incorporou-se o sobrenome Olyntho ao nome”, explicou a diretora.

Cármen e Ariane: coordenadora e diretora que vêm desenvolvendo um excelente trabalho à frente da tradicional escola

Ariane contou que Tarquínio Cobra Olyntho foi um exímio farmacêutico e um profundo conhecedor da Medicina. “Pai dos Pobres” como ficou conhecido, Tarquínio atendia a todos sem distinção e era uma pessoa muito simples, sempre pronta a servir. Foi eleito vereador em 1900 e foi um dos fundadores da Santa Casa de Misericórdia. O ‘filho adotivo’ de Rio Pardo, já que era natural de Pouso Alegre/MG, morreu aos 63 anos, aos 11 de maio de 1933. “A população o admirava muito e sentiu tanto a sua morte que fizeram essa homenagem dando-lhe o nome da escola”, explicou.

PAIS EX-ALUNOS E FILHOS ALUNOS: FAMÍLIA ‘TARQUÍNIO’

O carinho e o respeito pela escola também vêm passando de geração em geração. Prova disso é que muitos ex-alunos têm seus filhos frequentando a E.E. “Tarquínio”. E até hoje alguns visitam a escola para recordar os tempos de estudantes. “Muitos ex-alunos vêm até aqui em busca de informações de registros escolares, bem como para visitar a escola. Alguns até se emocionam ao relembrarem momentos felizes que passaram nas salas, pelos corredores. Há algumas semanas recebemos a visita do empresário Luiz Muradi e de Iza Landini, ex-alunos que têm um carinho muito grande pela escola, como tantos outros que já recebemos”, contou Ariane.

Essa memória afetiva acaba por aproximar as famílias da instituição novamente, ajudando muito os alunos e a própria direção em inúmeras questões. “Acredito que os pais que estudaram aqui passem isso aos filhos, principalmente estes sentimentos bons com a escola. As famílias são muito participativas e isso é excelente não apenas do ponto de vista pedagógico, mas também porque podemos mostrar o que está sendo desenvolvido pelos alunos e um pouco do nosso trabalho como direção. É uma proximidade muito rica”, observou Cármen, que acrescentou que muitos profissionais convidados a ministrar palestras ou participar de atividades também já passaram pelas carteiras da escola.

UMA ESCOLA EM CONSTANTE ENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Atualmente a E.E. Tarqínio conta com 250 alunos, divididos entre o 2º e  5º ano do Ensino Fundamental I. A escola funciona no período da manhã e à tarde e possui uma equipe formada por 5 colaboradores (agentes escolares).

O prédio, apesar de antigo, possui uma fachada muito bonita, assim como também se conserva em seu interior, com as conhecidas e imponentes escadarias em mármore. “A última grande reforma do prédio aconteceu em 2009 com a instalação de um elevador, sendo a única escola da cidade a contar com esse meio de transporte aos portadores de necessidades especiais. Entretanto, ano a ano ela passa por manutenção para pequenos reparos como pintura de quadra e dos corredores. Neste momento, uma de nossas prioridades com relação à estrutura é a pintura externa do prédio”, afirmou a diretora.

Durante a entrevista, ambas falaram sobre dois grandes projetos pedagógicos que a escola vem desenvolvendo e que estão tendo uma repercussão muito positiva entre os alunos. Um deles, que foi implantado ano passado, envolve todos os alunos em um “Grupo de Apoio”, cujo objetivo é sanar as dificuldades em língua portuguesa. “O projeto é desenvolvido no horário das aulas, duas vezes por semana. Esse projeto foi pensado a partir de levantamentos pedagógicos promovidos pela própria escola e com base no Método de Melhorias de Resultados, proposto pela Secretaria Estadual da Educação. Os alunos se guiam através de cores, sendo que cada cor é direcionada a uma classe e professor para sanar aquela dificuldade específica. Todos os alunos, de todas as séries, são envolvidos de uma forma natural, sem preconceito entre eles devido às dificuldades. Sentimos uma melhoria significativa principalmente na questão da leitura e interpretação de textos, por exemplo”, observou Cármen.

E como despertar e manter a atenção das crianças à leitura num mundo cada vez mais tecnológico? “Acredito que seja a forma como o projeto é apresentado. Ele movimenta a escola, dá vida à ela por meio de apresentações e da Leitura Colaborativa, onde eles são instigados a pensar, criar, imaginar situações daquelas histórias apresentadas”, disse Cármen.

Para promover esse projeto, Ariane disse que todos os professores passaram por treinamentos específicos e realmente acreditaram em seu êxito. “O empenho e a dedicação dos professores é fundamental. É por isso que ele está dando certo, pois todos se comprometeram com o mesmo”.

O segundo projeto já diz respeito à matemática e está sendo desenvolvido em parceria com uma pessoa que formou a 1ª Fanfarra da escola. “O Matheus Baldo tem um vínculo afetivo com a escola e propôs esse projeto de Musicalização, cujo objetivo principal é auxiliar nossos alunos nas dificuldades matemáticas por meio da música. Ainda é um projeto piloto, mas que acreditamos muito, assim como o próprio Matheus, que é voluntário”, destacou a diretora.

A ESCOLA EM FOTOS: ESTRUTURA PRESERVADA

AMOR PELA ESCOLA: DE EX-ALUNA À DIRETORA; DE 32 ANOS DE SALA DE AULA À COORDENAÇÃO

Ariane possui 14 anos de Magistério e há 1 ano e 10 meses ocupa a diretoria. Ela também é ex-aluna da escola e, tal qual boa parte dos rio-pardenses, carrega esse sentimento de amor pela “E.E. Tarquínio”. “Amo essa escola e luto por ela todos os dias. Sinto que, juntamente com a Educação Estadual, ela está trilhando o caminho certo, objetivando sempre desenvolver e enaltecer as capacidades dos alunos, bem como a sanar suas dificuldades com didáticas que envolvam a escola como um todo. E, graças a Deus, isso vem acontecendo aqui”.

Já Cármen ministrou aulas durante 32 anos e há um ano está como professora coordenadora na escola. “O que nos ajudou muito na questão de gerir a escola foi o fato de sempre trabalharmos com os anos iniciais nos estabelecimentos onde fomos professoras. E essa é nossa clientela de alunos por aqui. Mas, confesso que não é fácil essa transição da sala de aula para a coordenação. Tive, assim como a Ariane, que aprender muito e ainda aprendemos no dia-a-dia. A dedicação à escola tem que ser total, bem como acreditar na mesma e na Educação no Brasil. Caso isso não aconteça a educação também não acontece. Aliada à formação e à conduta, o profissional da Educação precisa amar, respeitar e acreditar na mesma para que possa acontecer. Nós acreditamos e sempre acreditaremos tanto nela, quanto na E.E. Tarquínio Cobra Olyntho”, finalizou.

Nota: A reportagem não fotografou alunos por serem menores e a escola não ter autorização de todos os pais para ceder o direito de imagem.

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2 comentários sobre “E.E. “Tarquínio Cobra Olynhto”: Tradição educacional vivida por muitas gerações

  • Nós anos 60,me alfabetizei nessa escola,guardo na lembrança as segunda-feira que hasteava a bandeira com o Hino Nacional,e a professora Therezinha Longo,tenho muito orgulho de ter feito parte dessa equipe maravilhosa que teve nesses anos,e espero que a qualidade de ensino não mude nunca.

  • Fui alfabetizada na E.E. Taquinio e em minha memoria hoje, aos 68 anos, ainda trago lembranças da cartilha naquela sala de aula e da carteira em que eu sentava, tinha sa sala algo que ainda trago de afeto e segurança. Sai de São José ainda criança, mas meus melhores dias ficaram registrados. Saudade!

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