Educação Antirracista foi abordada pela professora Danila Silvério em Tribuna Livre
A convite da vereadora Thais Nogueira, a professora da Rede Municipal de Educação, Danila Rogério Silvério, esteve na Câmara Municipal na tarde de terça-feira, dia 14, quando participou de Tribuna Livre e explanou sobre o tema “Educação Antirracista”.
A professora iniciou a contextualização destacando que o racismo é uma construção humana, de cunho cultural, e que infelizmente ainda se faz presente no dia-a-dia de muitas pessoas, principalmente negros.
E isso também ocorre no ambiente escolar o que, para Danila, está sendo modificado ao longo dos tempos, mas ainda necessita de conscientização, informação e formação, principalmente voltados aos profissionais da Educação.
“Ser antirracista é uma escolha e para isso é preciso compreender e buscar a construção de um mundo mais livre das opressões e das estruturas de colonialidade impostas por tantas culturas, inclusive de outros países, que predominaram durante anos no Brasil”, acrescentou.
Sobre a Educação Antirracista, Danila observou que é preciso justamente expandir as referências curriculares, que em sua maioria ainda excluem os negros e os indígenas.
“Em virtude dessa colonialidade de poder, dessas referências excludentes aos negros, as práticas pedagógicas, muitas vezes, também os excluem. Precisamos expandir os horizontes, conhecer mais profundamente e com olhar mais aguçado a riqueza dos povos negros, dos indígenas e introduzi-la cada vez mais nos conteúdos pedagógicos como também uma forma de inclusão dos tantos alunos e alunas pretos que temos em nosso ambiente escolar”.
Danila ressaltou que o professor é parte fundamental, não apenas na difusão dos conteúdos pedagógicos, mas na construção da autoestima, do autoconhecimento do aluno negro, sendo uma referência positiva à sua formação cidadã.
“Muita coisa já foi e está sendo feita para quebrarmos paradigmas relativos à cultura negra no ambiente escolar, mas é preciso sempre buscar aprimorar, colocar em prática novas ideias, novas informações, novas ações. E para que isso ocorra de forma permanente formações específicas aos professores devem acontecer, e não apenas para saberem quem são, de fato, os alunos negros e suas demandas, mas no auxílio à construção de uma sociedade escolar mais unida, menos preconceituosa e mais afetiva, mais acolhedora, mais empática entre todos, sejam brancos, negros, indígenas. A missão de um professor é imensurável e à comunidade negra é ainda mais necessária porque ela precisa desse maior acolhimento, entendimento, conhecimento”, concluiu.
A vereadora Thais Nogueira salientou que os próprios rio-pardenses deveriam conhecer um pouco mais da cultura negra em Rio Pardo, citando que a região e parte da área do município foi abrigo do quilombo do ‘Careca’, um dos mais importantes do Brasil.
Ela destacou, ainda, a importância do incentivo, do acreditar e de proporcionar oportunidades aos negros, principalmente aos jovens, citando o exemplo da própria Danila, que só se tornou professora devido ao apoio da mãe, que acreditou que era possível uma negra cursar uma faculdade e ministrar aulas.
“O olhar ao negro como para quaisquer outras etnias deve ser constante. Nosso Brasil é um país de miscigenações e a Educação deve vir de encontro a isso e trabalhar sempre essa rica ‘mistura’ de culturas que temos o privilégio de ser e ter. Como disse a professora Danila muito já se fez e muito está se fazendo neste sentido da informação, inclusão, mas não podemos parar. Incluir também políticas públicas voltadas à comunidade negra no ambiente escolar é fundamental para nossas crianças e jovens pretos, e isso deve ser feito sempre que nos for possível fazê-las”, finalizou.
Texto e fotos: Natália Tiezzi – Assessoria Parlamentar da Câmara Municipal