Enfermeira Denise de Aguiar fala sobre o acolhimento ao paciente com câncer de mama
Entrevista e texto: Natália Tiezzi (Assessoria de Imprensa Santa Casa/SAVISA)
Muita gente pensa que pessoas acometidas com o o câncer de mama, entre outros tipos, precisam apenas do tratamento medicamentoso para combater a doença, entretanto, um dos principais diferenciais na qualidade de vida desses pacientes é o acolhimento, promovido principalmente pelas equipes de Enfermagem.
Para falar um pouco sobre o assunto, bem como retratar sua rotina profissional, entrevistamos Denise de Aguiar, que é enfermeira no Setor Oncologia SAVISA o qual, inclusive, é referência quando o assunto é acolhimento ao paciente acometido pelo câncer em São José do Rio Pardo.
Denise é graduada pela Universidade Paulista (UNIP) desde 2017, pós-graduada em Docência no Ensino Técnico pelo SENAC e há um ano desempenha suas funções, que vão muito além da enfermagem, no setor oncológico do SAVISA.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Denise, qual é o principal medo dos pacientes acometidos pelo câncer de mama?
O principal medo está relacionado com início de um tratamento desconhecido, medo dos efeitos colaterais e as mudanças na aparência física, como a queda do cabelo, que ocorre durante o uso de alguns antineoplásicos, e a cirurgia da mama acometida, indicada em alguns casos.
Como é feito o acolhimento pelos enfermeiros?
O enfermeiro, além de ser o responsável pela administração dos quimioterápicos antineoplásicos, precisa transmitir confiança ao paciente e familiares e ser um apoio durante todo o período de tratamento, sanando as dúvidas, intermediando junto a outros setores, ou apenas os ouvindo, quando necessário.
Vocês, às vezes, também ouvem esse paciente, além dos serviços que lhe competem?
Sim, sempre. É construído um vínculo entre paciente/ familiares e enfermeiro que vai muito além da administração de um medicamento.
Qual é a maior satisfação em ser um enfermeiro oncológico? E qual a maior dor?
Minha maior satisfação, sem dúvida, é vê-los recuperados. Durante o tratamento vejo muitos deles passarem por momentos muito difíceis e ver essa superação é muito gratificante. A minha maior dor é vê-los desistir. Enquanto há vida, deve haver luta, sempre.
Como é a preparação desse enfermeiro para um trabalho tão especial?
Fiz terapia por um período e acredito que foi de extrema importância para aprender a lidar com alguns aspectos da função. A carga emocional desta área é grande e acredito que todos os profissionais deveriam ter acesso a este acompanhamento.
Qual é a maior lição que aprendeu como enfermeira oncológica?
Todo dia aprendo algo novo. A troca com os pacientes, familiares e colegas é muito rica. E a maior lição que tirei desses 12 meses nesta área é a nunca desistir da vida. Devemos lutar sempre, com coragem e alegria.