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Fazenda Irarema estima fechar o ano com produção de 4 mil litros de azeite

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Localizada em São Sebastião da Grama, a fazenda é de propriedade do produtor Moacir Carvalho Dias, que exibe, orgulhoso, os azeites produzidos pela Irarema (foto: divulgação)

A Fazenda Irarema, um dos maiores orgulhos de São Sebastião da Grama e do interior de São Paulo, estima fechar o ano com a produção de 4 mil litros de azeite. “Nossa meta é chegar a produzir 60 mil litros por ano”, afirmou o produtor Moacir Carvalho Dias ao repórter Klester Cavalcanti, do portal Isto é Dinheiro.

Durante a entrevista, Moacir destacou que um dos fatores fundamentais para ajudar a aumentar a produção da fazenda é a área cultivada. Há dois anos, a Irarema possuía apenas 5 mil pés de oliveiras. Hoje, são 20 mil pés ocupando menos de 20% dos 480 hectares da propriedade, que fica na Serra da Mantiqueira. “E continuamos investindo em conhecimento técnico e aperfeiçoamento do nosso pessoal”, disse o produtor.

Além do premiado Intenso, que foi eleito em 2018 o melhor azeite do mundo na categoria Blend Suave, no New York Olive Oil Contest, nos Estados Unidos, cujo corpo de jurados é formado por 40 especialistas de várias nacionalidades, também estão sendo produzidos o Irarema frutado, o defumado e quatro aromatizados: alecrim, alho, limão siciliano e manjericão.

Os preços variam de R$ 35, para os aromatizados de 250ml, a R$ 64,90, para a garrafa de 500ml do Intenso. “Nossa trajetória é bacana. Mas nada disso teria acontecido se eu não tivesse me preparado”, observou o produtor.

A preparação à qual ele se refere começou em 2015, ano em que seu pai, Maurício, 71, vendeu a fazenda de soja que tinha no Mato Grosso e comprou a Irarema. A ideia inicial era que a família, que morava em Poços de Caldas (MG), fosse viver na propriedade, localizada a menos de 10km da cidade mineira. “Queríamos um local tranquilo, para viver em paz. Só isso”, destacou Maurício.

Ocorre que outras fazendas da região já produziam azeite, inspirando pai e filho a entrar no ramo, mas sem muitas pretensões. Foi quando ele largou a empresa de eventos que tinha para aprender a fazer azeite. Em 2015, foi estudar na Faculdade de Oleotécnica do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal.

Gostou tanto da experiência que voltou no ano seguinte para fazer um estágio com um dos seus professores do IPB e que produz azeite em terras lusitanas. “Foi uma experiência riquíssima. Aprendi bastante sobre todo o processo de produção, da plantação à colheita”. Ele já se sentia capacitado para fazer o próprio azeite, mas queria se aprimorar mais. Em 2017, foi para a região que é a maior produtora de óleo de oliva do planeta, a província de Jaén, na Espanha. Com produção anual superior a 540 mil litros – mais do que toda a produção da Grécia, terceiro colocado no ranking mundial de produtores –, aquele pedaço da Espanha tem a Universidade de Jaén, onde é ministrado o curso de Oleotecnia, procurado por gente de todas as partes.

Ali, fez o curso Master de Olivicultura e adquiriu técnicas e conhecimentos que fariam toda a diferença no seu trabalho. Identificar o local apropriado para plantar, de acordo com a incidência da luz solar e a inclinação do solo, a forma correta de aplicar o adubo, noções de negócio, entre outras coisas, faziam parte do currículo. “Voltei da Espanha confiante de que poderia fazer um bom azeite. Mas não ao ponto de ser considerado o melhor do mundo”.

AROMA PURO 

O fato é que os prêmios internacionais vieram e, na opinião do maior especialista em azeites do Brasil, de forma merecida. Membro da Organizzazione Nazionale Assaggiatori Olio D’Oliva, na Itália, e primeiro brasileiro a ser jurado do painel do New York International Olive Oil Competition, o azeitólogo Sandro Marques não poupa elogios aos azeites Irarema.

“São todos de altíssima qualidade, de padrão internacional. Os prêmios não vieram por acaso”, disse. Segundo ele, o maior mérito do azeite premiado da Irarema é o que os conhecedores chamam de aroma puro. “Essa é uma expressão que nós usamos para descrever azeites de elevada complexidade aromática, que atinge o olfato de maneira intensa”, afirmou Marques. “É uma das características mais valorizadas pelos jurados dos grandes concursos. Por isso, o Intenso da Irarema tem feito tanto sucesso.”

INVESTIMENTOS

Enquanto Moacir Dias cuida da produção e o pai, Maurício, se encarrega da administração da fazenda, a mãe, Mônica, 61, gerencia a loja de cosméticos. E ainda há as duas irmãs: Gabriela, 40, toca o restaurante e a cafeteria, e a confeiteira Lídia, 38, faz os doces, tortas e bolos vendidos no local. Pelos cálculos de Maurício, ele já investiu cerca de R$ 5 milhões no negócio, incluindo compra de maquinário, equipamentos, tratores e insumos. “Ainda não conseguimos recuperar esse dinheiro”, disse o patriarca da família. “Mas esse nunca foi meu objetivo. Montei tudo isso para colocarmos um bom produto no mercado e, principalmente, para deixar um legado aos meus filhos e netos.” Ao que tudo indica, o legado está garantido.

Além de produzir azeites aromatizados (acima), a Fazenda Irarema virou ponto turístico, com restaurante, lanchonete, trilhas guiadas e loja de cosméticos (no alto), todos feitos de óleo de oliva (Foto: Divulgação)

A reportagem completa pode ser acessada no link https://www.istoedinheiro.com.br/a-fantastica-fabrica-de-azeite/

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