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Febre Maculosa: Região Sudeste registra surto e mortes – Confira tudo o que você precisa saber sobre a doença

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O Brasil se deparou nesse mês de junho com surtos de febre maculosa no sudeste do país, levando algumas pessoas ao óbito. Até o momento, temos 53 casos confirmados e 8 mortes.

Muitas pessoas desconhecem sobre a doença e seu quadro clínico, por isso, o site www.sanarmed.com trouxe um resumo completo de tudo que você precisa saber sobre o assunto, o qual o Minha São José sugere leitura.

Você sabe o que é a Febre Maculosa? Ela é uma doença infecciosa febril aguda potencialmente letal. Possui apresentação clínica variável, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e Rickettsia parkeri e tem o carrapato como principal vetor.

Essa doença foi identificada pela primeira vez no Estado de Idaho, nos Estados Unidos, no final do século XIX. Seu nome deveu-se à sua grande incidência nos estados americanos cortados pela cadeia das Montanhas Rochosas.

No Brasil, a bactéria Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB), concentra-se nas regiões Sudeste e Norte do país, com maior incidência entre os meses de agosto a outubro. Já a Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves.

Seus principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum (= A. cajennense) conhecido como carrapato estrela, A. aureolatum e A. ovale.

No Brasil, a maioria dos casos de Febre Maculosa se concentra na Região Sudeste, com casos esparsos em outros estados brasileiros, em especial no Sul do Brasil. Essa maior incidência ocorre devido à presença do principal vetor e reservatório, o carrapato estrela da espécie Amblyomma cajennense.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2007 a 2021, foram notificados 36.497 casos de febre maculosa no Brasil, dos quais 7% foram confirmados, em uma média de 170 por ano nesse período. Dos 2.545 casos confirmados, 2.538 relataram situações referentes à exposição de risco e, destes, 68,5% frequentaram ambiente de mata.

Até setembro de 2022 no país tinham sido registrado 67 casos de febre maculosa, dos quais 18 vieram a óbito. Dessas mortes, 11 foram no estado de São Paulo e outras nos estados de Minas Gerias, Rio de Janeiro e Maranhão.

Como a Febre Maculosa tem notificação obrigatória desde 2001, os dados são sempre atualizados. Assim, até o momento, junho de 2023, o país já registrou 53 casos. Desses, 8 evoluíram para óbito.

A maioria desses casos se concentram no Sudeste do país e no Sul. Em relação aos óbitos, 6 ocorreram em São Paulo, 1 em Minas Gerais e 1 no Rio de Janeiro.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO E SINTOMAS

O período de incubação da Febre Maculosa pode variar de 2 a 14 dias, com média de 7 dias. Seu início é súbito e agudo com sintomas geralmente inespecíficos como:

Febre alta;

Mialgia constante;

Cefaleia intensa;

Mal-estar generalizado;

Náuseas;

Diarreia e dor abdominal;

Vômitos.

O exantema (manchas avermelhadas na pele) ocorre em aproximadamente 88 a 90% dos pacientes, mas é raramente observada na apresentação clínica inicial. A maioria dos pacientes desenvolve erupção cutânea entre o terceiro e o quinto dias de doença.

A marca registrada da Febre Maculosa é uma erupção cutânea eritematosa inicialmente macular (1 a 4 mm de tamanho), em regiões de tornozelos e punhos. Ao final da primeira semana, torna-se maculopapular com petéquias centrais.

O paciente também pode evoluir com gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.

Manifestações neurológicas estão presentes em cerca de 40% dos casos, variando entre:

Letargia;

Fotofobia;

Meningismo;

Amnésia;

Sinais focais;

Hipertensão intracraniana.

Conjuntivite ou edema de disco óptico podem ocorrer em 30% dos pacientes. O envolvimento pulmonar é evidenciado pela presença de tosse e achados radiológicos, como infiltrado alveolar e pneumonia intersticial. A falência renal aguda é observada nos casos graves.

DIAGNÓSTICO

Um diagnóstico presuntivo de febre maculosa é feito inicialmente com base em sinais e sintomas clínicos consistentes no ambiente epidemiológico apropriado.

No entanto, a identificação precoce da doença exige alto grau de suspeição, devido à inespecificidade dos sinais e sintomas iniciais, além da epidemiologia não ser evidente na maioria dos casos.

Anticorpos contra a R.rickettsii são detectáveis após o sétimo dia de doença, mas a terapia deve ser iniciada cinco dias após o início dos sintomas.

Assim, a maioria dos pacientes necessitará de terapia empírica, uma vez que febre maculosa raramente pode ser confirmada ou refutada em sua fase inicial. A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) é o método mais utilizado como teste sorológico.

O diagnóstico da febre maculosa é difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, uma vez que os sintomas são inespecíficos e também são parecidos com outras doenças, como:

Leptospirose;

Dengue;

Hepatite viral;

Malária;

Sarampo;

Pneumonia.

Se houver suspeita do diagnóstico de febre maculosa, a terapia antimicrobiana deve ser iniciada o mais rápido possível. Atrasos no tratamento de mais de cinco dias foram associados a um aumento do risco de mortalidade, chegando a 80% nos não tratados.

PREVENÇÃO

É importante se atentar para a prevenção da febre maculosa. Pessoas que estiverem em regiões que possuem epidemiologia positiva para a doença, devem seguir medidas para evitar o contato com o carrapato.

Algumas delas são:

Usar calças, botas e blusas com mangas compridas;

Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

Use repelentes de insetos;

Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos.

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