Filipe Fontão: Jovem músico se destaca na cultura do samba em São José?
Ele é filho de pai e mãe dentistas,
mas foi não foi o barulho do famoso ‘motorzinho’ que o conquistou
profissionalmente, mas sim os acordes do violão, que descobriu ainda criança,
aos 12 anos.
“Minha mãe tinha um violão velho e certa vez fui passar férias na casa de meus primos e aprendi um pouquinho por lá. Quando voltamos falei que queria aprender a tocar. Na verdade eu não escolhi a música, a música me escolheu”, disse.
As boas referências musicais também fizeram parte da vida de Filipe desde a infância. “Meu pai ouvia muita Bossa Nova e com ele fui aprendendo a gostar e admirar a Música Popular Brasileira”.
Ainda na adolescência, ele teve aulas de violão com a musicista Mana Tessari, que o fez se apaixonar ainda mais pelo instrumento. “Além disso, quem me trouxe mesmo para esse universo musical em São José foi o maestro Agenor Ribeiro Netto, que tinha um grupo de seresta chamado Vozes ao Luar e que fiz parte. Tempos mais tarde também participei da apresentação de ‘Chica a Chico’, também produzida por ele”.
Quando fez 18 anos, a opção pelo vestibular não poderia ser outra: Música. “Optei pelo Conservatório de Tatuí. Foram 8 anos de formação, que se dividiram em violão erudito, guitarra e violão popular”.
O primeiro trabalho profissional com a música foi no Projeto Guri na cidade de Guareí, que fica próximo a Tatuí. “Lá conheci a Thaís, que se tornou minha esposa e nos mudamos para Santos, onde também trabalhei com música e acompanhei grandes nomes da baixada paulista como o saudoso Celso Lago.
Após a morte do amigo e cantor, Filipe passou dois meses na Finlândia e na Suécia, juntamente com um grupo, promovendo a MPB. “Era um projeto do Celso que, felizmente, pude participar. Um experiência enriquecedora”.
RODA DE SAMBA: UMA PAIXÃO, UM PROJETO DE VIDA
O músico teve os primeiros contatos com o samba quando ainda estudava em Tatuí. “Conheci uma roda de samba por lá e vez por outra participava, mas foi aqui em São José que a paixão por esse ritmo tão brasileiro me pegou de vez”, contou.
Ele optou por voltar a São José para proporcionar mais qualidade de vida ao filho e à esposa, além de poder desenvolver novos projetos em sua carreira. “Acompanhei a Mana em diversos festivais, bem como outros compositores como Zebeto Corrêa, participação no Conversa de Botequim, enfim. Trabalho por aqui é o que nunca faltou”.
Filipe também ministra aulas de música na Agradef, atividade direcionada aos Portadores de Necessidades Especiais, além de dar aulas de violão, guitarra e musicalização infantil em sua residência, à rua dos Bandeirantes, 620, ou na residência do próprio aluno.
SAMBA DO CHICÃO NAS ESCOLAS
Foi numa dessas conversas informais que surgiu uma nova ideia para difundir o samba aqui em São José. “O Samba do Chicão’ começou há um ano e meio quando eu e mais um grupo de músicos resolveu se reunir num dia que não tínhamos trabalho a fazer e tocar samba em uma roda aberta”.
Atualmente o ‘Samba do Chicão’ é um sucesso na cidade e região por sua alegria e o objetivo de resgatar e levar a essência deste ritmo musical para que milhares de pessoas possam conhecer e aplaudir. “As rodas de samba, que continuam sendo abertas, mas que mantém o respeito pela música entre todos os seus participantes, acontece às terças-feiras, no Bar do Chicão, a partir das 19h30, à avenida Maria Aparecida Salgado Braghetta, 3603 (Perimetral).
Mas o samba não é difundido apenas durante a roda. “Atualmente o Samba do Chicão desenvolve um projeto social, o ‘Samba do Chicão nas Escolas’ que leva a cultura da Música Popular Brasileira às crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares do município. Levamos alguns instrumentos e contamos um pouco da história dos ritmos. Muitas vezes este é o primeiro contato da criança com algum instrumento musical e muitas levam jeito: pode ser que alguns realmente se tornem grandes músicos futuramente”, afirmou Filipe.
O projeto voltará a ser desenvolvido nas escolas após o Carnaval. “Se alguma instituição de ensino se interessar, basta entrar em contato através do 90 13 99154-7751 que teremos o maior prazer em levar um pouco da cultura do samba para seus alunos, afinal não podemos deixar o samba morrer, não podemos deixar o samba acabar”, finalizou.