Fonoaudióloga Juliana Pizani explica sobre a perda auditiva em idosos
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
Os anos passam, a idade chega e a perda auditiva é um dos grandes desafios dos idosos, já que a audição está intimamente ligada à qualidade de vida de todos, inclusive da Melhor Idade. Para falar sobre o assunto, que ainda gera muitas dúvidas principalmente nos familiares, o www.minhasaojose.com.br entrevistou a fonoaudióloga Juliana Madureira Pizani.
Graduada em Fonoaudiologia pela UNAERP em Ribeirão Preto em 2003, Juliana é Especialista em Audiologia Clínica e Ocupacional pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e Especialista em Fonoaudiologia do Trabalho. Na entrevista, ela destacou as causas da perda auditiva nos idosos, que também pode estar associada a outras patologias, além dos problemas causados por não ouvir plenamente e os tratamentos.
“Entre todos os sentidos do corpo humano, a audição ocupa um papel único responsável pela aquisição de conhecimento e integração social dos indivíduos. Quando algum problema ocorre nesse sentindo, podem surgir algumas situações de desconforto relacionadas as interações sociais e dentro da própria família”, observou Juliana.
A fonoaudióloga é representante exclusiva da Marca Resound de aparelhos auditivos que, atualmente, é o principal tratamento à perda auditiva. Juliana, que é rio-pardense, atua em Passos-MG no Centro Auditivo Evoluir, na Santa Casa de Passos e em São José do Rio Pardo tem parceria na PRIMA Centro Clínico na disponibilização dos aparelhos.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra e saiba como reconhecer a perda auditiva e auxiliar seus familiares idosos.
Juliana, quais são as causas da deficiência auditiva nos idosos?
Juliana Madureira Pizani: A principal causa é a senilidade, o desgaste natural das estruturas do ouvido. Devemos considerar outras comorbidade que podem potencializar a perda auditiva como, diabetes, patologias renais, metabólicas, hormonais e neurológicas, além claro da hereditariedade.
Por que ela também está associada à demência?
A via auditiva é uma importante via sensorial de informação para o cérebro, a partir do momento que essa informação diminui o cérebro sofre com a escassez de estímulos na região do córtex temporal o mesmo local onde temos o armazenamento de memória. Isso acaba por ocasionar um cérebro mais lento que não processa corretamente os estímulos auditivos, prejudicando as habilidades de memória, figura fundo, analise síntese e integração auditiva.
Como notar que o idoso está perdendo a audição? Quais exames devem ser feitos?
O isolamento social, a falta de interação, a dificuldade de acompanhar uma conversa, a busca por repetição do que foi dito são alguns sinais. Outro sintoma comum é a presença de zumbido nos ouvidos que podem significar que existe um mal funcionamento do sistema auditivo. Os exames a serem feitos são Audiometria tonal, vocal e imitanciometria. Sempre é necessária uma consulta com o Otorrinolaringologista para certificação que não haja acúmulo de cerume nos ouvidos.
Quais os tratamentos para melhorar a qualidade na audição dos idosos?
O tratamento é a Reabilitação Auditiva por meio de dispositivos sonoros individuais, ou seja, o aparelho auditivo. O mesmo será ajustado de acordo com as necessidades auditivas do paciente e o acompanhamento da adaptação é realizado por profissional habilitado especialista em aparelhos auditivos promovendo, assim, maior conforto no processo de adaptação dos aparelhos auditivos.
A partir de qual idade o idoso pode fazer exames específicos para surdez?
A indicação é a partir dos 60 anos e é importante testar a audição mesmo que não tenha queixas significativas. Quanto antes o diagnóstico e o tratamento forem realizados menor a chance que haja o desenvolvimento de outras patologias relacionadas ao déficit cognitivo que se instale com maior rapidez.
Há como prevenir a perda auditiva?
Evitar excesso de exposição sonora com fones de ouvido principalmente, uso de automedicação (alguns medicamentos são tóxicos para os ouvidos), evitar fumo e álcool em excesso e manter hábitos de vida saudáveis.
É verdade que sons muito altos desde a infância, adolescência podem comprometer a audição na fase adulta e velhice?
Sim. O excesso de som por anos seguidos deteriora as células ciliadas internas da cóclea provocando a morte das mesmas devido a fadiga do sistema sensorial. Essa morte dos cílios internos da cóclea é irreversível, os primeiros sintomas normalmente são zumbido persistente
Como manter a audição saudável?
Hábitos de vida saudável, não realizar automedicação, nunca colocar objetos ou medicação nos ouvidos diretamente. Consulte seu Otorrinolaringologista se tiver algum sintoma de sensação de ouvido tampado, zumbido, dificuldade de entender palavras.
Aqui em São José, como adquirir o aparelho e realizar os exames?
Na PRIMA Centro Clínico, onde contamos com a parceria com a equipe de Otorrinolaringologistas Dr. Rafael de Souza e Dr. Carlos Alberto de Souza e com a Fonoaudióloga Marina Canavezi especialista em próteses auditivas e Avaliação Audiológica.
