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Geni Regina Pizani: Psicóloga rio-pardense, que atua há 27 anos em Campinas, falou da carreira

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A psicóloga destacou momentos especiais da carreira, que começou na APAE em Rio Pardo

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Da vida na roça para a cidade grande, sem perder a doçura e o encantamento pelo interior. Do sonho de ser veterinária para a opção em ‘cuidar de gente’ na Psicologia. O espaço ‘Cadê Você’ dessa semana traz um pouco da história profissional da rio-pardense e psicóloga Geni Regina Pizani, que atua há 27 anos em Campinas.

A oitava filha de nove irmãos foi criada no sítio da família Pizani, do casal Geni Bertoletti Pizani e José Pizani, origens simples que ela se orgulha muito. Porém, a menina sardenta, de olhar esperto quis estudar e teve a oportunidade de cursar uma faculdade.

Ao longo da entrevista, Regina contou que a Psicologia não era sua primeira opção de carreira, mas que depois que se tornou adolescente decidiu que queria dedicar seu tempo e conhecimento cuidando de pessoas, como realmente faz nestes quase 30 anos de profissão.

Antes de mudar-se para Campinas, onde cursou Psicologia na Pontifícia Universidade Católica – PUCCAMP, ela estudou na escola rural da Fazenda São João Industrial, E.E. “Dr. Cândido Rodrigues” e E.E. Euclides da Cunha”, período que sente muitas saudades, assim como dos bons momentos aqui em Rio Pardo, que ela se recorda e revive sempre que visita a ‘terrinha’.

Regina também contou um pouco dos trabalhos que já realizou na área de Psicologia e onde atua no momento, destacando algumas passagens marcantes e respondendo ao questionamento sobre ‘o que é ser uma boa psicóloga?’.

E, claro, como não poderia deixar de mencionar, um pouco de nostalgia de Rio Pardo, onde ela disse que uma de suas saudades é o sabor do frango caipira com polenta, receita da mãe Geni.

Regina durante plantão psicológico – um dos trabalhos que desempenha na região de Campinas

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.

Regina, é verdade que a Psicologia não foi sua primeira opção profissional?

Geni Regina Pizani: Sim, não foi mesmo! Como morei em sítio eu queria ser veterinária (risos), mas depois, na adolescência, optei “por cuidar de gente” e isso ocorreu quando ingressei o Magistério e tinha uma disciplina voltada à Psicologia, embora sempre tive esse olhar ‘para o outro’.

Em que ano você se mudou para Campinas e ingressou na faculdade de Psicologia?

Ingressei na PUCC em 1990 e concluí o curso em 1995.

Qual foi o primeiro local que trabalhou aqui em Rio Pardo? E na área da Psicologia?

O primeiro trabalho com carteira assinada foi na APAE de São José, em 1996, mas antes fui monitora de classe, em 1988, no extinto Colégio Santa Maria.

Com o filho Leandro, ainda criança

Após a formatura, onde trabalhou?

Fiquei este período na APAE em Rio Pardo e em 1996 prestei um concurso público estadual e comecei a trabalhar no Centro de Reabilitação de Casa Branca (COCAIS). Atuei como psicóloga até 2001, quando me casei e me mudei novamente para Campinas. Entretanto, em 1998, fiz uns trabalhos com as saudosas Vera Pizani e Maria Lucia Simas na área de avaliação psicológica.

O que é o melhor e o que é o pior em ser psicóloga?

O melhor é poder fazer o que mais gosto, poder ajudar pessoas na busca do equilíbrio emocional. O pior acho que nem tem, ou melhor, acho que é a cobrança que as pessoas fazem a nós, psicólogos, como se precisássemos ser 100% bons em tudo que fazemos!

Conte um momento importante na sua carreira.

Um momento que me marcou muito e de uma forma triste, pois nem todos os momentos são felizes nesta carreira, foi no Centro de Reabilitação em 1999, quando eu atendia na ala feminina de internação e havia uma paciente que tinha momentos de lucidez, onde contava sobre sua família, mas ninguém conseguia ter dados dos familiares, pois ela veio transferida do Hospital Psiquiátrico do Juqueri fazia muito tempo e sem históricos… Um dia fomos fazer uma visita na cidade de Caconde, onde ela relatava que tinha nascido, porém naquela época não havia Internet e os dados eram mais difíceis de serem coletados, mas mesmo assim fomos para lá, com a cara e a coragem: eu e a assistente social, a também saudosa Berenice Muradi, e finamente encontramos a família dessa paciente. A mãe achava que a filha havia falecido há anos e todos ficaram de fazer visitas para ela, porém essa paciente estava num momento de muita depressão. Quando fomos falar com a mesma sobre a família e visitas ela não respondia às emoções e lembro que isso me marcou muito, pois queria tanto achar essa família e de repente estava muito prostada e sem reação. No dia seguinte, a paciente me procurou, ficou sentada um bom tempo sem falar nada, chorou um choro angustiante e saiu da sala. No outro dia a família chegou para visitá-la e a paciente havia falecido na madrugada… Foi um turbilhão de emoções, tanto para a família, quanto para mim.

O que é ser uma boa psicóloga?

Acredito que ser uma boa psicóloga, mais do que ser técnica, é se colocar no lugar do outro e voltar para o processo de caminhada juntos nesse processo terapêutico.

Por falar em voltar, vamos regressar um pouquinho a Rio Pardo. Do que mais sente saudades da sua terra natal?

Nossa, são tantas saudades de Rio Pardo… mas, como sou uma amante da dança sou saudosa dos bons bailes e carnavais da cidade!

Regina e a irmã Isabel durante Carnaval de Rio Pardo em 1984

Cite um cheiro, um sabor e um som que te faça lembrar daqui.

Cheiro de rosas (lembro das roseiras da minha mãe), sabor de frango caipira com polenta, e o som de muitas prosas junto da família, aos domingos, na casa de minha mãe!

Para finalizar, quais são seus planos para o futuro com relação à profissão?

Planos para o futuro já os vivencio: tenho 27 anos de trabalho no funcionalismo público estadual, na área de Planejamento em Saúde. Também tenho clínica do DETRAN há 17 anos e voltei a atuar na área clínica devido à alta demanda de pessoas adoecidas com a pandemia, sendo que uma vez por mês faço trabalho voluntário de plantão psicológico. Acho que temos muitos desafios e muitas possibilidades também nessa área hoje!

Neste registro, Regina com a mãe, a saudosa dona Geni
Regina com os irmãos
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