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Impressão 3 D: Jovens apostaram no negócio e fazem sucesso com réplicas e criações

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Há apenas 1 ano no mercado, ambos aprenderam tudo sozinhos: desde ligar a impressora até vender o produto

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

Um trabalho apaixonante, minucioso, rico em detalhes e que desperta as mais variadas emoções, tanto em quem produz, quanto em quem adquire o produto. A Impressão em Três Dimensões, ou ‘impressão 3 D’, foi a aposta do jovem casal de namorados Thaís Ribeiro Mafra, de 21 anos, e Rafael Agusto Castelo, 29, para fugir do desemprego.

E ambos não sabiam exatamente nada sobre esse negócio, entretanto a necessidade falou mais alto e os dois aprenderam tudo sozinhos: desde ligar as potentes impressoras até comercializarem o produto, sendo que além da residência de Rafael, onde são produzidas as peças, eles também possuem uma barraca na Feira da Terra.

Mas, embora toda a produção seja feita em São José, os maiores clientes da Proart 3 D ainda são de fora, sendo que a pequena empresa já produziu peças até para outros estados como Goiás, Ceará e Bahia.

Conheça, abaixo, um pouco mais sobre esses jovens namorados, que apostaram num negócio até então desconhecido para muita gente e que estão ganhando o Brasil com suas peças, principalmente réplicas que mais parecem originais tamanha a precisão, a dedicação e o carinho que ambos têm em todo processo de confecção de cada uma.

Natália Tiezzi Manetta: Thaís e Rafael, como surgiu a idéia de trabalharem com a impressão 3 D?

Thaís: Acho que foi uma opção que encontramos para fugir do desemprego. Rafael tinha uma empresa, que acabou fechando e eu trabalhava com um tio, que também acabou não dando certo. Foi então que pensei que podíamos ter nosso próprio negócio. Navegando pela Internet assisti a alguns vídeos sobre impressão 3 D e comentei com ele que aqui em São José quase não havia esse tipo de trabalho. Foi então que pensamos que poderia ser uma chance para trabalharmos e em uma área pouco explorada aqui.

As potentes impressoras garantem a precisão das peças em Três Dimensões

Como vocês aprenderam a produzir, já que nunca haviam trabalhado com isso?

Rafael: O conhecimento veio por meio da Internet, tutoriais, vídeos explicativos e também da própria empresa que nos vendeu a nossa primeira impressoa 3 D. Aprendemos desde liga-la até a mistura de cores para pintar algumas peças que precisam de pintura. Costumo dizer que foi ‘na raça’ mesmo, pois em relativamente pouco tempo aprendemos muitas técnicas e aprimoramos cada vez mais nossa produção.

Quando você iniciaram a Proart 3 D?

Thaís: Há exato um ano, em fevereiro de 2019. Adquirimos nossa primeira impressora e, meses depois, a segunda. Desde então não paramos mais de produzir.

Qual foi a primeira peça que produziram?

Rafael: A primeira peça foi um dragão chinês, que não deu certo. Quando isso ocorre geralmente perdemos a peça. O primeiro pedido de cliente foi o trono do Game Of Thrones.

Como são produzidas as peças?

Thaís: As peças são produzidas a partir de um arquivo em 3 D, o qual chamamos de STL, que geralmente são compartilhados na Internet e alguns temos que desenhar. A partir dele a impressora faz a leitura e o replica em plástico ABS. Também fazemos algumas peças em resina, que não são produzidas na impressora, mas sim em moldes.

Quanto tempo demora, em média, para uma peça ficar pronta?

Rafael: Depende muito da peça. Algumas em 1 hora, outras em 4, 5 horas. Muitas já saem prontas e não precisam de pintura, pois o ABS é na cor própria, mas muitas precisam de pintura, o que torna o processo um pouco mais demorado.

Quais são as peças mais pedidas pelos clientes?

Thaís: Os bonecos da Marvel, Cosplay e as novidades em séries animadas. E não são apenas as crianças que gostam. Para falar a verdade nossos clientes são, em sua maioria, adultos e colecionadores.

Além deles, quais outras peças a Proart produz?

Rafael: Fazemos maquetes de arquitetura, protótipos, esculturas, peças de arte, decoração e objetos em geral, peças de reposição, ferramentas, brindes personalizados, decorações para festas e logotipos.

Qual foi o pedido mais inusitado que já tiveram?

Rafael: Acho que do amigo e cantor Jordan Silvério, que nos pediu para fazer um boneco dele!

Como o trabalho de vocês ficou tão conhecido Brasil afora em apenas um ano?

Thaís: A Internet é nossa principal ferramenta para vendas. Além de nossas redes sociais comercializamos nossos produtos através de lojas virtuais que alcançam o Brasil todo. Hoje nossos principais clientes são duas lojas de Itatiba, sendo que uma delas fornecemos a estrutura de carros, que depois são customizados conforme o pedido do cliente, e a outra fornecemos bonecos para revenda. Já enviamos peças também para São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Bahia, Fortaleza (CE), Goiás.

Quais são os outros pontos de venda da Proart?

Rafael: Aqui mesmo na minha casa, onde produzimos as peças, à rua Domingos POssebon, 245, Vila Verde, inclusive se alguém quiser vir conhecer nosso trabalho e como são produzidos os objetos estamos à disposição para receber e mostrar nossa produção. E também na Feira da Terra, que acontece todos os sábados, das 8h00 às 14h00, na Praça do Mercado.

E para o futuro, quais são os planos para a empresa?

Thaís e Rafael: Investir em novas máquinas e também fazer com que a população de São José conheça mais nosso trabalho, pois a maioria de nossas vendas ainda é feita para fora. É importante que os rio-pardenses conheçam todo esse processo de produção, que as peças são pintadas à mão, um trabalho realmente artesanal. E, claro, aumentar nossa produção e comercialização Brasil afora!

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