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Luis e Ana: Casal rio-pardense faz sucesso em Poços de Caldas com cervejas artesanais

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Ambos são formados em Psicologia, atuam como psicólogos, mas vislumbraram na cervejaria artesanal mais uma oportunidade de realização pessoal e profissional

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Amigos leitores. O Espaço “Cadê Você?” do www.minhasaojose.com.br deste sábado, dia 2, destaca um pouco da história do casal rio-pardense Luis Paulo Celeste Innarelli e Ana Rosa Ribeiro Parisi. Ambos saíram de Rio Pardo muito jovens para estudar e se graduaram em Psicologia pela UNESP de Assis, porém foi na aprazível cidade mineira de Poços de Caldas que firmaram morada e êxito profissional.

Porém, antes da vida acadêmica e de se mudaram, eles passaram a infância e a adolescência por aqui. Durante o período escolar, Luis Paulo estudou no Colégio Grafos e também na E.E. “Dr. Cândido Rodrigues”, e Ana Rosa na E.E. “Profª Stela Couvert Ribeiro” e na E.E. Euclides da Cunha, onde também fez Magistério. Já Luis Paulo, aos 15 anos foi estudar no Instituto Federal do Sul de Minas, onde concluiu a formação em técnico agrícola.

Aos 18 e 19 anos, respectivamente, Luis Paulo e Ana Rosa foram estudar em Assis, na UNESP, onde residiram entre os anos de 1990 e 1995.

Ao longo da entrevista, o casal contou detalhes das carreiras como Psicólogos e também a guinada nas carreiras, que ocorreu em 2015, quando ambos apostaram também na fabricação de uma cerveja artesanal e que hoje é consolidada no mercado com a marca Bones/Bones Cervejaria.

Mesmo diante da pandemia, o casal investiu na abertura de mais um estabelecimento comercial, uma vez que já tinha um bar junto à Cervejaria Bones, e já se prepara para mais uma novidade, dessa vez no Mercadão Municipal de Poços de Caldas.

Ambos também relembraram os tempos vividos em São José e destacaram que um dos projetos profissionais futuros, que inclui a Cervejaria Bones, poderá ser realizado em São José, voltado a aspectos sociais e formação cultural.

O jovem casal durante a formatura no curso Psicologia da UNESP em Assis

Confiram, abaixo, a entrevista na íntegra.

Luis Paulo, Ana Rosa, vamos iniciar falando sobre a atuação de ambos na Psicologia. Qual foi o primeiro trabalho de vocês como psicólogos?

Luis Paulo: Atuei como psicólogo clínico em São José e na Santa Casa, e psicólogo adjunto a clínica da saudosa psicóloga Maria Lucia Simas.

Ana Rosa: O primeiro trabalho como psicóloga foi em Campinas, pela Prefeitura/BID (Banco Interamericano de desenvolvimento.

Vocês ainda atuam como Psicólogos?

Ana Rosa: Sim, porém agora em Poços de Caldas e isso acontece desde 1998, quando nos mudamos para cá. Luis Paulo trabalha como psicólogo clínico e eu como psicóloga organizacional, desenvolvendo trabalhos em RH junto a Multinacionais, além de proprietária da Práxis Consultoria.

Casal aprimorou receitas, participou de cursos e consolidou a marca Bones no mercado de cervejaria artesanal

Por falar em Poços de Caldas, por que optaram em residir por aí?

Viemos em busca de mais qualidade de vida e realmente encontramos isso aqui. Estamos em Poços faz 23 anos.

E quando a cerveja artesanal entrou na vida do casal de psicólogos?

A cervejaria entrou em nossa vida no ano de 2015, quando começamos a fazer cervejas caseiras entre amigos e familiares. As receitas foram ficando muito boas e a partir daí fomos fazendo cursos de capacitação e especialização. Assim, este sonho foi se concretizando.

 Qual é o diferencial da cerveja Bones?

Ana Rosa: O diferencial da Cervejaria Bones é a paixão ligada à busca por assinaturas únicas que valorizem o potencial hidromineral da nossa região, pois a mineralidade das águas de nossas serras cria um terroir maravilhoso para o produto, além da escolha de insumos de alta qualidade na composição de suas receitas. Pensando no futuro do desenvolvimento, tanto da liga quanto do polo de cervejaria artesanal, já iniciamos um braço de pesquisa e plantio de lúpulo (insumo responsável pelo aroma e sabores da cerveja) para produção em nossa localidade, projeto abraçado pela EPAMIG, órgão de pesquisa do estado de Minas Gerias, Prefeitura Municipal, produtores rurais e produtores de cerveja artesanal; Luis Paulo também está a frente desse projeto visitando locais de plantio no Brasil e trazendo mudas para Poços de Caldas.

Além da fábrica da Cervejaria Bones, vocês têm um bar no Jardim Country Club. Em que ano abriram este bar?

Sim. Em 2018 mesmo abrimos a Bones Cervejaria Artesanal, localizada no Jardim Country Club, onde funciona a fábrica e também o bar.

Durante a pandemia, vocês abriram mais um ponto comercial. Quando abriram e onde está localizado aí em Poços?

Abrimos este segundo estabelecimento no centro de Poços de Caldas, próximo às Thermas Antônio Carlos: a Doca Tap Bar; um ponto bem pitoresco com as nossa opções de chope artesanal e petiscos selecionados.

” O diferencial da Bones é a paixão ligada à busca por assinaturas únicas que valorizem o potencial hidromineral da nossa região, pois a mineralidade das águas de nossas serras cria um terroir maravilhoso para o produto, além da escolha de insumos de alta qualidade”. observou o casal

E é verdade que já pensam num 3º ponto?

Sim, em breve Poços de Caldas vai poder contar também com mais um ponto da Bones Cervejaria dentro do Mercadão Municipal, ponto de muita tradição e referência aos turistas. Os investimentos foram possíveis em período de pandemia, pois acreditamos na qualidade de nosso produto e foi possível porque além disso investimos na ideia de valorizar o consumo local e regional, pois durante a pandemia fortalecemos os nossos clientes para um consumo onde muitos não precisavam sair da cidade para buscar da cidade, e deu certo. O projeto continua com a expansão do mercado visando também aquecer nossa visibilidade turística ligada ao potencial gastronômico local e regional da Serra da Mantiqueira.

Além dos estabelecimentos, surgiu algum outro projeto na pandemia?

Sim, outro projeto que surgiu durante a pandemia foi a liga das Cervejarias Vulcânicas, contento 10 cervejarias artesanais de Poços e região, onde Luís Paulo é um dos idealizadores e vice presidente, visando fortalecer o turismo e experiências gastronômicas únicas dentro do universo das bebidas artesanais . Aqui as cervejarias passaram a ter um importante apoio da Prefeitura Municipal, através das Secretarias de Desenvolvimento e Turismo. Assim, durante esse período crítico aproveitamos para unir forças, públicas e privadas.

Bares sempre têm histórias curiosas. A Bones Cervejaria também tem?

Uma história curiosa é que a Cervejaria foi inaugurada para o público numa sexta feira, 13 de julho, Dia Internacional do Rock! Desde então essa data só trouxe sorte para nós, e antes da pandemia os aniversários eram comemorados com festivais no estilo e muita cerveja boa, eventos que pretendemos retomar assim que possível. Outro fato curioso é que como a cidade recebe turistas de várias partes de Brasil e do mundo já tivemos em nossos estabelecimentos representantes de várias nacionalidades, mas uma característica divertida é que alguns clientes ficam tão ambientados com “ar de PUB” que vão com vestimentas de suas localidades, desde chapéus típicos alemães até os kilts escoceses, mas sempre com muita alegria!

O primeiro bar oficial da Cervejaria Bones, que fica no mesmo endereço da fábrica, no Jardim Country Club

Vamos voltar um pouquinho a Rio Pardo. Qual é a maior saudade de ambos da terrinha natal?

Luis Paulo: Uma das saudades que tenho de Rio Pardo é a o agito cultural na época da adolescência, que contava desde o grupo de teatro que participei por bastante tempo até os sarais noturnos com declamações de poesia à meia noite na praça durante a semana Euclidiana, a banda da Alvorada no dia 1º de maio, o coreto, festivais de música da Primavera  e os aromas da cidade que em minha época da adolescência cheirava de manhã a farinha láctea, depois do almoço café torrado e no entardecer sopa de cebola. A cidade, para mim, compunha um panorama completo de experimentos e sensações, que ainda hoje recorro como inspiração para o que faço profissionalmente. Quero destacar a lembrança de meu avô, Humberto Celeste, personagem maravilhoso que muito me ensinou.

Ana Rosa: A saudade que tenho é das belezas naturais da cidade, do rio Pardo e suas águas caudalosas, da Herma Euclides da Cunha, da vista linda do Cristo e de pessoas especiais que contribuíram com minha formação intelectual. Saudade dos aromas no ar e do tempo da infância no bairro Santo Antônio.

Nos registros acima, a Doca Tap Bar, localizado próximo às Thermas Antônio Carlos, no coração de Poços de Caldas

Agora gostaria que citassem um sabor, um cheiro e um som que os remetam a São José.

Luis Paulo: Sabor: cebola; Cheiro: café; Som: água do Pardo na ilha de São Pedro.

Ana Rosa: Sabor: peixe (lambari); Cheiro: farinha láctea; Som: música de coreto da banda e burburinho das águas do rio Pardo.

Para finalizar, quais são os projetos do casal para o futuro com relação à Cervejaria? São José estaria na rota para um bar também?

Com relação a projetos profissionais futuros pretendemos em breve criar um braço da Cervejaria Bones voltado a aspectos sociais e formação cultural. Em Rio Pardo ainda temos familiares e imóveis e que um dia, talvez, seja possível criar um braço dos projetos que desenvolvemos hoje.

Momento família: Clara, a filha do casal, junto com a mãe Ana Rosa
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