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Luis Fernando: O ‘menino que dança com a alma’ desde os 5 anos

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Ele tem apenas 20 anos, está cursando Educação Física e espera conquistar muitos palcos e vidas com a sua arte

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Novamente, o www.minhasaojose.com.br abre espaço para divulgar mais um jovem talento rio-pardense e dessa vez na Dança. Luis Fernando Garbim tem apenas 20 anos, mas a paixão por expressar vida e movimento às músicas começou quando ele era apenas uma criança.

Em um de seus trabalhos mais recentes antes da Pandemia, ele dançou e encantou o público com seu carisma, além do gingado invejável durante o Carnaval da Associação Atlética Riopardense.

Quem observa o talento e a espontaneidade do dançarino, que atualmente cursa Educação Física e estagia na academia Corpus e na academia Tática Gym como professor de Ritmos, nem imagina que o caminho que o trouxe até aqui não foi nada fácil.

Entretanto, ele contou com o apoio de uma das pessoas mais importante de sua vida, inclusive para enfrentar o preconceito por ser homem e amar a Dança.

Ao longo da entrevista, além de relembrar momentos especiais de sua carreira, Luis Fernando falou sobre projetos para o futuro, inclusive na divulgação de seu trabalho por meio de vídeos, coreografados e executados por ele com muita competência e, claro, entrega – de corpo e alma, duas de suas marcas registradas quando o assunto é dançar. Confira!

Luis Fernando, como nasceu essa paixão pela dança? Você teve alguma influência de parentes ou amigos?

Luis Fernando Garbim: A paixão pela Dança começou desde de pequeno, quando eu tinha apenas 5 anos e já corria pela casa virando “estrela”, e tentando dançar sozinho. Sempre gostei de aprender tudo que me fazia sentir desafiado e na dança eu sentia isso. Quando comecei a participar propriamente das aulas de dança minha maior incentivadora e influência foi e continua sendo minha mãe. Ela sempre mandava eu dançar à ela e cada vez que aprendia algo novo ela queria ver. Assim, sempre demonstrando apoio e amor ela me fazia crescer com uma maturidade intensa demais dentro de mim. Minha mãe sempre foi tão otimista e positiva: me lembro que eu chorava porque tinha medo de errar um passo, uma coreografia e ela vinha com o seu jeitinho e me dizia que “tudo iria dar certo”, que eu estava lindo e que eu era o dançarino mais forte que ela já tinha visto!

Quando você começou a dançar?

Recordo-me quando chegou um projeto em meu bairro chamado “Projeto Tuca” e logo após a Fábrica de Expressão passou a dividir o espaço e trouxe a professora Daniela Ferfolha para aplicar a modalidade Dança. Minha mãe logo me colocou, pois ela já sabia que eu iria gostar muito de aprender a dançar. Eu comecei realmente aos 5 anos, na ‘Fábrica’, com a professora Daniela. Foi com ela que aprendi tudo que hoje me faz ser um dançarino completo, expressar o meu melhor de dentro para fora.

Um dos trabalhos mais recentes de Luis Fernando antes da pandemia foi no Carnaval da Associação Atlética Riopardense, onde dançou e encantou o público (crédito: Roberta Simões – RS Fotografias)

Qual é o ritmo que mais gosta?

Eu sempre gostei de dançar de tudo, não podia ouvir uma música que já queria requebrar ou já rolar para o chão, mas a modalidade que me marcou e que hoje está mais viva do que nunca em mim é o contemporâneo. Esse estilo sempre me despertou o interesse de acolher as pessoas através das movimentações leves, porém com os sentimentos fortes e intensos.

Você já sofreu preconceito por ser homem nesta profissão?

Já sim! Na escola algumas pessoas não entendiam o por quê de um menino dançar, mas a cada pergunta, tinha sempre a mesma resposta e me lembro muito bem de dizer assim: “Dançar para mim é tudo; é onde eu consigo me colocar em ordem e voltar a batalhar para dias de glórias”. E mesmo com tudo que escutava, não me importava, pois meu coração quem escolheu isso à minha vida e eu tinha em mente de que não poderia contrariar ele. Então agarrei a causa e não deixei com que ofensas de pessoas que nem sequer conheciam a minha vida e principalmente os meus planos atrapalhassem.

Qual foi seu primeiro trabalho na dança?

Me lembro como se fosse hoje. Meu primeiro trabalho foi algo surreal na minha vida: eu tinha apenas 10 anos e fazia parte também da Casa de Cultura e Cidadania, o meu Professor de Dança lá era o Cristiano Dos Santos e me propôs dançar um solo, onde eu teria que criar e apresentar para todos. Logo fiquei muito feliz e aceitei, pois seria o primeiro trabalho feito por mim. Confesso que estive a ponto de não acreditar que teria essa oportunidade, então tinha que caprichar. Comecei escolhendo uma música a qual poderia tocar quem iria assistir e principalmente o meu coração e escolhi a música da Adele ” Set fire To the Rain “. Foram muitos e muitos dias de ensaio e tudo muito intenso. Enfim, chegara o dia da apresentação: estive a ponto de chorar; minha mãe, sempre ao meu lado, dizia que tudo ia ser lindo e realmente foi! Haviam tantas pessoas me assistindo e quando eu dancei e terminei saltando e caindo no chão, todos estavam batendo palma. Aquilo para mim foi incrível, foi fantástico. Esse trabalho me marca até hoje e depois daquele dia fiquei conhecido como “o menino que dança com a alma”.

Você já deve ter se apresentado em muitos palcos. Qual foi o momento mais marcante em sua carreira?

O momento mais lindo e marcante no palco foi quando fui para Argentina, na cidade de Puerto Iguazú, com o grupo Cia’Dartes e participamos do XXII edición del Festival. Foram várias aventuras e lá conquistamos as principais colocações. Foi uma emoção muito grande de estar lá e poder trazer para o Brasil o troféu e o reconhecimento.

Conte um pouco sobre os vídeos que grava e estão fazendo sucesso na Internet. É para algum trabalho novo?

Sempre gravei vídeos e todos eles foram exatamente voltados para o meu crescimento, como dançarino, como artista e agora como professor. Ultimamente toda semana posto um vídeo de coreografias feitas por mim. O meu intuito também é fazer com que as pessoas se sintam encorajadas e não desistam de seus sonhos, mesmo com tudo isso que estamos passando atualmente. Eu tento mostrar um pouco da arte que é fazer o que se ama, de apresentar cada passo que dou em minha vida,sendo que dessa forma eu possa construir pontes para o futuro que tanto sonho.

Quais sentimentos a dança desperta em você?

Eu sempre quis ter a oportunidade de um dia poder responder isso e olha como as coisas acontecem exatamente no tempo de Deus” Confesso que a Dança me levanta todos os dias, me faz encarar a vida com mais gratidão, mais compaixão e sinceridade de alguém que sente tudo em todos os instantes. Dançar me reinicia e me faz acordar para a realidade em que vivemos; ao coreografar, sempre sinto aquele sentimento de ter que ser eu mesmo, de poder passar o quanto eu sou feliz por estar fazendo o que eu amo; a interpretação nos leva a lugares lindos que só quem faz com amor sabe. Eu digo sempre que tudo depende da nossa história: tudo que passei até aqui me fez ver que a vida só vale a pena se arriscarmos e quando danço me sinto desafiado e também desafiador, pois os meus sentimentos são meus e isso é único.

Qual é o seu maior sonho como dançarino?

Eu sempre fico com frio na barriga quando se trata de dizer sobre os meus sonhos, pois me sinto em uma constante transformação todos os dias. Tenho meus objetivos guardado as 7 chaves e desde o início na Dança sempre quis poder compartilhar o que eu zelo por onde passo: a alegria, o amor, a força de vontade de estar ali dançando ou até mesmo ministrando uma aula. Aos 11 anos, já sonhava em ter o meu próprio espaço de dança, onde eu poderia realizar todas as atividades que tenho em mente. Todavia, para isso, eu teria que lutar dia a dia e graças a Deus eu consegui ser reconhecido hoje mais do que eu imaginei. Tive o privilégio de conhecer e passar por vários lugares, me conscientizar sobre tudo que sonho e planejo. Sonhar é muito mais do que imaginei, é você colocar em prática, é você buscar o impossível e fazer virar realidade. Confesso que por vezes me sentia com medo, mas nunca deixava de arriscar. Passei pela Agradef e lá descobri e tive a certeza de que tenho que lutar para conseguir o meu lugar, que eu preciso sonhar assim como todos lá, que eu preciso amar e resgatar tudo que um dia deixou de estar vivo. Sei que vou conseguir, como já consegui tanto! A minha maior gratidão são as pessoas que torcem por mim, minha mãe, principalmente, que sempre está comigo, meus amigos e até mesmo pessoas que não conheço, mas que desejam tudo de bom a mim. São por eles que hoje tenho o meu maior sonho que é construir o meu ‘lugarzinho’, do meu jeito humilde e alegre… E tenho certeza que Deus já tem planos para que isso se realize – eu confio!

Dedicação e entrega: Luis Fernando posta vídeos semanais em sua perfil no Facebook: “É uma forma das pessoas também conhecerem um pouco do meu trabalho e amor pela Dança!

Para quem quiser acessar os vídeos do dançarino, o perfil no Facebook é Luis Fernando Garbim

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