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Marina Simas Lima: Há 33 anos longe de São José, psicóloga é uma das fundadoras do Instituto do Casal

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Além disso, ela também atua na área clínica em seu consultório em São Paulo em atendimento individual, família, casal e grupos de terapia

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Amigos internautas. Dando sequência às entrevistas do “Cadê Você?”, o www.minhasaojose.com.br traz nesta semana um bate papo com a rio-pardense Marina Simas de Lima, que saiu de São José ainda muito jovem, aos 17 anos, e está longe da terra natal há 33 anos.

Embora nascida em uma família de renome na Medicina, tanto pelo lado materno, quanto paterno, Marina optou pela Psicologia por influência de um grande médico psiquiatra, o qual teve a chance de trabalhar por muitos anos.

Enquanto residiu em São José, Marina sempre teve muitos amigos, mas por conta dos estudos teve que deixar a cidade antes dos 18 anos, mas nunca esqueceu suas raízes e, sempre que tem oportunidade, enaltece Rio Pardo.

Graduada em Psicologia e mestre em Psicologia Clínica, Marina também é terapeuta de casal e família, além de sexóloga. Possui formação internacional em Terapia Colaborativa e EMDR (Dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares) e atualmente faz doutorado pela Unifesp.

Além de atendimentos em seu consultório, Marina é uma das fundadoras do Instituto do Casal, que possibilita aos casais resgatar intimidade, conversas, ressignificar crises e reescreverem sua vida afetiva e sexual. Ambos estabelecidos em São Paulo.

Ao longo da entrevista, Marina contou detalhes de sua carreira, momentos marcantes, as lições aprendidas morando fora desde muito jovem e, claro, as saudades de São José e as pretensões para o futuro.

Ao final da entrevista, a psicóloga deixou uma mensagem para todos nós neste momento difícil de pandemia. Confira, abaixo, na íntegra.

Marina ao colo do saudoso avô, Dr. João Batista, um dos médicos mais queridos, respeitados e lembrados pela sociedade rio-pardense e região

Marina, por que optou pela Psicologia?

Marina Simas de Lima: Na verdade venho de uma família de médicos: Pai, tios, avôs materno e paternos e bisavó materno. A Medicina seria um legado familiar, por isso, inicialmente, essa era minha primeira opção. Mas, quando estava começando o cursinho conheci o Dr. Paulo Gaudêncio, médico Psiquiatra muito reconhecido e que seu trabalho era um enorme sucesso em terapia, tanto individual, como em grupo. Essa convivência interferiu e influenciou positivamente para tomada de decisão em fazer Psicologia. Fiz estágio, cursos, participava de grupos de supervisão ainda cursando a faculdade. Tive oportunidades profissionais incríveis desde muito nova. Viajávamos o Brasil todo como assistente nas palestras. Fazia tanto a parte corporativa nas grandes empresas como atendia na área clínica.

Em que cidade reside atualmente?

Atualmente moro em São Paulo. Moro nos Jardins, numa travessa da Avenida Paulista e tenho meu consultório e o Instituto do Casal em Pinheiros.

Qual foi seu primeiro emprego na área da Psicologia?

Meu primeiro estágio e trabalho foi na Clínica do Dr. Paulo Gaudêncio. Fiquei lá 25 anos e foi uma experiência maravilhosa. Em paralelo fui trabalhar no Centro de Estudo em Sexualidade Humana – Instituto Kaplan e fiquei por lá uns 15 anos. Coordenei o Ambulatório masculino de sexualidade. Realizei projetos com junto ao Ministério da Saúde durante vários anos com a temática da DST/AIDS.

Marina junto ao médico psiquiatra Dr. Paulo Gaudêncio, uma de suas influências ao curso de Psicologia

E qual seu trabalho atual?

Tenho meu consultório, onde atendo individual, casal, família e grupo de terapia também. Além disso sou uma das fundadoras do Instituto do Casal, que possibilita aos casais resgatar intimidade, conversas, ressignificar crises e reescreverem sua vida afetiva e sexual ou até mesmo separações mais respeitosas. Atualmente estamos atendendo muitos casais de brasileiros que moram em outros países como Austrália, Canadá, França, Dubai. A construção do Instituto do Casal com minha sócia foi surpreendente e extremamente gratificante.

Como é trabalhada, realizada, essa questão da sexualidade na Psicologia?

Desmisticando tabus e preconceitos. Trabalhando com questões psicoeducacionais na busca da vivencia de uma sexualidade mais livre focado no prazer, na ética e na responsabilidade.

E qual foi o momento mais especial de sua carreira?

Tiveram vários, entre eles cursos que fiz no exterior com profissionais que estudei na minha formação. Na Itália, a terapia familiar tem um destaque mundial como a escola de Milão. Os cursos de formação em Boston e Chicago agregaram valor. Adoro estudar e viajar pelo mundo. Conhecer pessoas e trocar experiências. Antes da pandemia fomos fazer uma supervisão de um caso que não ia bem em Nova York com a melhor profissional naquele assunto. E foi tão especial que ano passado ela realizou uma palestra pelo Instituto do Casal e havia 100 terapeutas de casal e família super conceituados fazendo o curso conosco.

Marina com seus irmãos e pais, da esquerda para direita: Mauro, Marcos, Mônica, Ana Maria, Marcos, Marina e Marcelo

Vamos falar de São José do Rio Pardo. Qual é a sua maior saudade daqui?

Meus pais e amigos e do lado bom de viver viver numa cidade pequena que funciona como uma comunidade onde todos se conhecem e se cuidam o que traz conforto, proximidade algo que se perde nas grandes cidades  

E qual foi a maior lição que aprendeu ao ir morar fora tão jovem?

No começo não foi fácil. Tudo era mais complicado e burocrático por aqui. Não existia ‘filha do Dr. Marcos’ ou ela é neta do ‘Dr. João Batista’. No entanto, queria muito ter uma carreira e ter minha autonomia financeira. Ter paixão em atender aliado a foco, dedicação em vencer os desafios me fizeram lidar com as dificuldades que fazem parte da vida de todo o ser humano e me sentir muito realizada e grata.

Momento em família: Com o marido, João, e a filha Luisa

Quais são seus projetos para o futuro?

Tenho tantos sonhos! Queremos ampliar o Instituto, pois hoje temos uma técnica e metodologia diferenciada e testada. Ministrar cursos on line buscando melhoria na qualidade da relações pois insisto que nunca nos ensinaram que para uma relação dar certo precisa de muito investimento de ambos envolvidos.  

Gostaria que deixasse uma mensagem para todos nós neste momento de pandemia que estamos passando.

Atualmente nossa profissão é super necessária. Estude, faça supervisão busque recursos e ferramentas necessárias para trabalhar com o  paciente que te procura. Se necessário faça parceria com psiquiatra nos casos necessários associar terapia e medicação. Precisamos ser eficientes pois quem nos procura esta sua queixa e sua dor. Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, angústia, nessa pandemia todo mundo está vivendo fora de sua zona de conforto o que gera os mais diferentes sintomas em cada indivíduo. O planejamento, o lado racional muitas vezes não é efetivo. Para todos o que digo e fique de olho em você. Não esta sendo fácil para ninguém. Busque suporte com o Psicólogo, com a família, com amigos ou com padre, pois quanto antes for buscar ajuda e recursos melhor para lidar. Alguns recursos como meditação, a respiração estão sendo utilizados pela Psicologia onde é possível uma auto regulação. E por último precisamos acabar com o preconceito ligado a saúde mental em nosso país. É necessário focarmos no preventivo assim reduziriam o alto índice de suicídio, as dependências e os quadros mais severos.

Amigas de infância: Da esquerda para direita no sofá: Andrea Maluf, Ana Amato, Maria Eugênia Roxo Nobre, Maura Petrocelli, Luciana Presinoti, Ana Lúcia Silva, Marina Simas e Christiane Buffoni

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