Milagre de mãe e filho: Paciente com Insuficiência Renal manteve a gravidez e deu à luz Pedro
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
Quando se trata da fé de uma mãe milagres acontecem. A história que o www.minhasaojose.com.br traz neste dia especial, em homenagem a todas as mamães, é prova disso. Antes de conta-la, agradecemos o Centro Regional de Nefrologia de São José do Rio Pardo, peça-chave em a toda situação, principalmente pelo acolhimento, atendimento e tratamento disponibilizado à essa família que tanto necessitou.
Daniela Cristina Lena Bonfim Servidoni é natural de Barrânia, Distrito de Caconde e viu sua vida mudar, em um curto espaço de tempo, quando descobriu a doença renal e dois meses depois a gravidez.
“Soube que estava doente dos rins por causa de minha pressão alta, já que também fui diagnosticada com Hipertensão Arterial”, relatou, sentada junto ao equipamento que fazia sua Diálise no Centro Regional de Nefrologia.
Mãe de dois filhos, aos 40 anos e portadora de insuficiência renal, ela passou por momentos de angústias e medos, isso porque mulheres com a doença têm dificuldades para engravidar e somente 6% delas conseguem manter a gravidez e dar à luz.
A fé de Daniela foi de encontro à empatia do CRN, que em 13 anos de atividades presenciou apenas dois casos de gravidez em mulheres com insuficiência renal. “Antes da gravidez eu fazia Hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por dia. Assim que soube da gestação passei a dialisar seis dias por semana, quatro horas por dia. Assim que a equipe aqui soube que eu estava grávida me amparou muito. Eu fiquei feliz e com muito medo ao mesmo tempo. Felicidade por mais um filho, embora não planejado, e com muito medo de não conseguir manter a gravidez. Confesso que orei muito e fiz tudo direitinho, conforme me orientaram aqui na Clínica”, destacou.
Ela observou que o tratamento, embora muito cansativo, já que tinha que viajar todos os dias foi essencial à sua saúde e à saúde do bebê.
“O Centro Regional de Nefrologia tomou todos os cuidados necessários para que nossa querida paciente Daniela pudesse manter sua saúde e sua gravidez. As sessões de diálise foram realizadas de forma correta, com acompanhamento dos exames, inclusive pré-natal, além de todos os cuidados especiais dispensados à ela, o que inclui o acolhimento, o esclarecimento de dúvidas, a empatia e, claro, o melhor tratamento”, afirmou Juliana Leotti de Brito Patrocínio, enfermeira nefrologista responsável técnica do CRN.
“MAMÃE DE DIÁLISE”
Após o período de gestação, Daniela enfrentou mais um desafio: dar à luz. E com a fé que nunca lhe faltou, o apoio incondicional dos filhos Beatriz e Rafael e do marido, também Rafael, o pequeno Pedro Henrique chegou quase quatro meses atrás.
“Pedro Henrique nasceu prematuro, de 34 semanas. Ele ficou um mês internado em Ribeirão Preto. Foi um período muito difícil para mim, que se não fosse o apoio da minha família e do CRN eu não conseguiria passar sozinha”, declarou.
Enquanto o bebê estava internado, Daniela saía de Barrânia, dialisava três vezes por semana em Rio Pardo e se deslocava para Ribeirão Preto. “Foi uma correria, um desgaste grande também para mim, mas sempre tive o incentivo do meu marido, que cuidou muito bem de meus dois filhos, bem como do Centro de Nefrologia, que me deixava mais tranquila e eu pude continuar o tratamento à insuficiência renal”, explicou.
Após a internação, Daniela e Pedro Henrique começaram uma nova etapa entre mãe e filho. Ela passou a trazer o bebê para o CRN para poder continuar dialisando e estar próxima do filho recém-nascido.
E, mais uma vez, o CRN praticamente se adaptou para acolher, além da mamãe, o pequeno bebê.
“Eu me senti especial, acolhida e querida desde a primeira vez que trouxe o Pedro Henrique aqui. A equipe cuida dele enquanto eu estou na hemodiálise, faz dormir e dá até banho nele! Me sinto segura com meu filho e posso continuar meu tratamento junto dele, o que é muito importante para mim”, afirmou.
A equipe do CRN também incentivou Daniela ao aleitamento materno, orientando e explicando a importância de amamentar. “Estava muito insegura com relação ao leite ser fraco, mas tive muito incentivo, principalmente da enfermeira Juliana, que também está amamentando seu filho. Hoje amamento o Pedro Henrique também aqui no CRN. Tenho bastante leite e estou vendo dia-a-dia meu filho crescer saudável. Eu sei que somos um milagre. Deus quis que eu tivesse meu filho! E o CRN é meu anjo da guarda. Devo muito à essa equipe maravilhosa. Agora, daqui para frente, é continuar meu tratamento e cuidar dos meus filhos, da minha família”, concluiu a mamãe Daniela.
A enfermeira Juliana, emocionada, ressaltou que o CRN sempre será além de uma Clínica de Nefrologia. “Possibilitarmos esse convívio de mãe e filho mesmo diante de tratamentos difíceis como a diálise é muito gratificante para toda equipe. Aqui a paciente Daniela sabe que pode confiar, tanto no tratamento à insuficiência renal, quanto no acolhimento ao pequeno Pedro Henrique. Ambos já fazem parte da família CRN”, finalizou.