“Mitos e verdades da Amamentação” será tema de live neste sábado, 23
Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta
A Amamentação, uma das práticas humanas mais saudáveis, ainda gera muitas dúvidas nas mamães, principalmente mitos, por vezes impostos culturalmente e que podem atrapalhar o ato do aleitamento materno.
Para sanar dúvidas e falar sobre esses mitos e as verdades sobre a Amamentação, a fonoaudióloga Thais Perez Fontão participará de uma live, juntamente com a enfermeira Alessandra Crhisto, diretamente da Flórida, pelo Instagram (@fonothaislaranjafontao) neste sábado, dia 23, a partir das 17h00.
Thais é uma grande defensora e incentivadora ao aleitamento materno e concedeu entrevista ao www.minhasaojose.com.br para falar um pouco sobre a questão da amamentação em São José, onde, juntamente com a médica pediatra Letícia Andreghetto, trabalham a prática com as mamães.
A fonoaudióloga mencionou ainda os benefícios do aleitamento materno principalmente nesta época de Pandemia, reforçando a ideia que é o alimento mais completo para os bebês até os 6 meses de idade.
Embora seja de conhecimento das mães a importância da amamentação, inclusive para elas próprias, Thais disse que a maior dificuldade enfrentada para a prática são os “palpites” de familiares, amigas, o que pode gerar dúvidas e até mesmo evitar a prática do aleitamento materno.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Thais, porque a escolha do tema aleitamento materno para a live?
Muito se fala sobre os mitos da amamentação. E nós, enquanto profissionais da área, sentimos a necessidade de esclarece-los com as verdades acerca do tema. Muito se fala sobre isso, porém percebemos na nossa prática clínica que as “raízes” das orientações que não deveriam estar mais “em uso” (a ciência evolui e com ela as orientações também mudam), ainda são muito fortes sobre a questão do aleitamento materno.
Qual é a importância da amamentação, principalmente nestes tempos de Pandemia?
É super importante! O leite materno oferece praticamente todas as proteínas, açúcares, gorduras e água que o bebê precisa no comecinho da vida. Nele também encontramos muitas substâncias que beneficiam o sistema imunológico, apresentando anticorpos ao bebê e também citocinas e enzimas. Essa “transfusão” de articorpos pode continuar protegendo até depois do desmame. Todas essas substâncias protegem o bebê de uma grande variedade de doenças e infecções não só enquanto ele está mamando, mas, em alguns casos, por algum tempo depois de ter desmamado.
Desde quando começou atuar aqui em São José, você percebeu que as mães estão mais abertas à amamentação?
Sou consultora de aleitamento materno há 18 anos (e mãe há 5 anos, o que me ajudou bastante a me aproximar com mais empatia dessas mães). Meu trabalho aqui em São José é “de formiguinha”, mas sinto um avanço muito grande nesses últimos tempos, principalmente por estar trabalhando com uma neonatologista, a Dra Letícia Andreghetto, e muitas vezes, sem “ensaio” nos pegamos falando absolutamente a mesma coisa para as as mães, numa sintonia que está rendendo bons resultados sobre o ato de amamentar.
Qual é a principal dificuldade relatada pelas mães para não amamentar?
Por incrível que pareça são os palpites, acredita? A família (principalmente as vovós), na ansiedade de ajudar e cheias de conceitos antigos (como falamos acima), podem desestimular a mãe e, sem que tenha consciência, faze-la desacreditar que é capaz de alimentar seu filho com o seu próprio leite.
O leite materno ainda é o alimento mais completo para os bebês até 6 meses de idade?
Sem dúvida nenhuma! É EXCLUSIVAMENTE no leite materno que o bebê encontra tudo o que ele precisa até completar essa idade. Não há necessidade de mais nada, como água e chás.
É verdade que existes mães que produzem pouco leite ou esse leite é insuficiente? Quando procurar ajuda?
São casos raros, na grande maioria a ajuda especializada já resolve qualquer problema com relação à produção e ejeção do leite materno.
O meu “sonho” é que tenhamos acesso à essas lactentes o mais precocemente possível. Se logo no início for identificada qualquer dificuldade fica bem mais fácil (e menos doloroso) corrigir.
Podemos considerar que bebê gordinho é bebê saudável?
Essa uma questão importantíssima que devemos reforçar às mamães: bebê gordinho não necessariamente é bebê saudável e o contrário também é válido: bebê magro não é sinônimo de bebê “frágil ou doente”. Quem faz essa avaliação é somente o médico pediatra. O que temos comprovação científica é que para os bebês que foram amamentados exclusivamente até seis meses e de forma mista (leite materno + alimentação [prescrita para a idade]) pode-se prevenir, inclusive, a obesidade na fase adulta.
Resumidamente, quais os principais benefícios do aleitamento materno para mães e bebês?
Muitos são os benefícios do aleitamento materno, posso citar alguns, os que acho que são de maior impacto.
– aumento do vínculo com a mãe
– melhor digestão e menos cólicas.
– alguns estudos apontam que quanto maior o tempo de amamentação, maior a inteligência do bebê (que reflete na idade adulta)
– risco reduzido de doenças alérgicas.
– Estimula e fortalece os órgãos da fala (incluindo a oclusão dentária).
– leite materno dado ao bebê após o parto faz o útero voltar ao tamanho normal mais rápido e diminui o sangramento, prevenindo a anemia materna.
– também reduz o risco de câncer de mama e ovários.