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Oncologista alerta: 80% dos casos de Câncer de Pulmão se associam ao tabagismo

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Dr. Uanderson observou que apesar da doença acometer mais os homens, o percentual de mulheres tem aumentado nos últimos anos

Câncer de Pulmão. Um dos tipos que mais acometem pacientes anualmente, é tema de nossa abordagem com Dr. Uanderson Resende, médico coordenador do Setor Oncologia SAVISA, que afirmou que o tabagismo ainda é a principal causa da doença. 

Ele observou, ainda, que embora o número de pacientes com câncer de pulmão seja maior entre os homens, o percentual de mulheres acometidas pela doença vem aumentando nos últimos anos. 

O oncologista do SAVISA também falou sobre os sintomas, as formas de tratamento e prevenção. 

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra 

Dr. Uanderson, o que é o câncer de Pulmão? 

Dr. Uanderson Resende: Câncer de pulmão é um tumor maligno que surge em um dos pulmões. Geralmente ocorre na fase adulta e em idosos, com forte associação ao tabagismo ativo e passivo. 

Por que ele acomete tantas pessoas anualmente? 

A principal razão, mas não a única, é a forte presença do tabagismo na sociedade. Em 75-85% dos casos, o câncer de pulmão se associa direta ou indiretamente ao tabagismo, seja ele de forma ativa ou passiva. A ausência de um método de rastreamento factível de ser realizado no Brasil também contribui para esse cenário 

O cigarro ainda é a principal causa de câncer de pulmão? Quais outros fatores podem desencadeá-lo? 

Sim, o tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão. Outros fatores de associação com o câncer de pulmão são algumas poeiras inorgânicas como o asbesto, cigarro eletrônico, mutações genéticas, entre outras. 

Há uma idade em que a doença acometa mais as pessoas? Ele acomete mais homens ou mulheres? 

Geralmente o câncer de pulmão ocorre nos adultos de maior idade (entre 50 a 65 anos) e nos idosos. Observa-se maior proporção de homens com câncer de pulmão, embora a proporção de mulheres tem aumentado nos últimos anos. 

“A prevenção oncológica é sempre a melhor estratégia. A cessação do tabagismo é de longe a melhor estratégia”, disse o médico

Quais são os sintomas? E quando deve-se procurar auxílio médico? 

Os principais sinais e sintomas do câncer de pulmão são fraqueza geral, emagrecimento, tosse e dor torácica. Entretanto, há muitos outros sintomas menores que ocorrem em pequena parcela dos pacientes como dor nos ossos, pressão baixa, anemia, entre outros. 

Como é realizado o diagnóstico? 

O diagnóstico do câncer de pulmão sempre é realizado por meio de uma biópsia da lesão no pulmão. Tomografia e radiografia de tórax ajudam a identificar uma lesão suspeita no tórax. A broncoscopia é o principal método de acessar a lesão no pulmão. 

Quais são as formas de tratamento? 

O tratamento do câncer de pulmão envolve uma multiplicidade de estratégias envolvendo a parte médica, fisioterapia, nutrição, psicologia, enfermagem, entre outras. Quanto a parte médica, podem ser utilizadas estratégias como a cirurgia, radioterapia, quimioradioterapia ou mesmo a quimioterapia isolada. Novas terapias biológicas empregando drogas modernas estão sendo implementadas, como a terapia biológica e a imunoterapia.  O tratamento médico será definido de acordo com o estadiamento oncológico do paciente, ou seja, o quanto a lesão está localizada ou avançada de acordo como os exames médicos. 

Há formas de evita-lo ou preveni-lo? Quais? 

A prevenção oncológica é sempre a melhor estratégia. A cessação do tabagismo é de longe a melhor estratégia. Programas educacionais e apoio médico deveriam ser implementadas para consolidar o fim do tabagismo. Outra importante estratégia seria o acompanhamento médico regular para aqueles com histórico de risco para o câncer de pulmão, como os pacientes tabagistas. É importante frisar que há um método atual de rastreamento oncológico para o câncer de pulmão, que está atualmente dirigido para pacientes individualmente, mas não para o sistema público de saúde. 

O câncer de pulmão tem cura? 

Sim, o câncer de pulmão tem cura, embora a grande maioria dos pacientes apresentam diagnóstico tardio com doença avançada. 

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