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Presidente da ACI fala sobre os reflexos da Pandemia na economia rio-pardense

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“Restrições teriam que seguir o modelo Vertical, ou seja, isolamento apenas do Grupo de Risco, pois o setor comercial está estagnado”

Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta

Incertezas, medos e a famosa pergunta que a maioria dos comerciantes: “O que fazer sem previsão da retomada das atividades?”. O comércio, em praticamente todos os setores, foi diretamente afetado pelo isolamento social. Para saber sobre os principais reflexos da Pandemia na economia rio-pardense, a reportagem entrevistou o presidente da Associação Comercial e Industrial, Paulo César Olivieri, que destacou que o cenário comercial não mudará até que o governo estadual emita novo decreto, bem como a Governança Federal, Estadual e Municipal possam editar decretos e normas de forma sincronizada.

Ele também falou das dificuldades enfrentadas pelos empresários e que a quarentena refletirá muito além do período de isolamento, inclusive com possibilidades reais de aumento no desemprego e fechamento de empresas.

“É uma situação inédita e totalmente paralisante para o comércio, que, infelizmente, chegou em um momento que a economia estava retomando crescimento. Felizmente muitos comerciantes estão se reinventando para dar continuidade às atividades comerciais, mesmo que de forma parcial, por meio da Internet, delivery, enfim. Porém, o fato é que salvo alguns setores, o comércio está estagnado e isso refletirá negativamente muito além do período de quarentena”, observou.

Paulinho disse que enquanto novas medidas não forem adotadas pelo governo federal e estadual pouca coisa mudará no comércio rio-pardense a respeito da flexibilidade de iniciar uma retomada. “Sabemos que o decreto Estadual sobrepõe o decreto Municipal, ou seja, mesmo que haja qualquer alteração do decreto municipal, não mudaria a quarentena no momento. Os setores mais afetados em nossa região, com ênfase no comércio e reflexos nos serviços e indústrias precisam de uma regra geral por parte do governo Federal, Estadual e Municipal, evidenciando as restrições que teriam que seguir de preferência um modelo vertical de isolamento, para que possamos gradativamente voltar à normalidade das atividades, levando em consideração todas as regras por parte da Saúde e que a população está plenamente consciente”, destacou.

Ele mencionou um dado preocupante e triste para o comércio, principalmente porque as empresas não estão podendo nem mesmo receber os parcelamentos de débitos (carnes vencidos). “Uma grande quantidade de pequenas empresas correm grande risco de não suportar mais de 2 meses nessa condição de paralização total das atividade. Já as empresas de pequeno porte, uma média 3 meses. As de média e de grande porte, de 3 a 4 meses. E vou além: nesta condição os danos terão reflexos ao desemprego no período e também pós pandemia. As medidas do governo para minimizar os impactos das empresas são medidas que protelam o pagamento de impostos devidos, além de créditos com taxas menores e outras, porém todas estas medidas terão que ser saudadas pós crise, portanto, entendo que o reflexo pós crise se estenderá por mais tempo do que o período da quarentena”.

Por falar em desemprego, Paulinho sugeriu que as empresas esgotem todas as possibilidades antes de efetivar demissões. “Sugiro que as empresas esgotem as opções com relação a férias vencidas, reduzir a carga horária e os vencimentos, sempre acordando com seus colaboradores. Neste momento precisamos aguardar as medidas que estão sendo anunciadas e adequar na realidade de cada empresa”.

Paulinho finalizou dizendo que o governo deveria tomar outra atitude com relação à complementação da renda. “As medidas anunciadas pelo governo não atendem à total necessidade dos colaboradores, que também vão acabar pagando parte da conta. O ideal, a meu ver, ao invés de complementar uma parte do salário, seria melhor se o governo liberasse o seguro desemprego para os colaborares impossibilitados ao trabalho no período da quarentena, sem que a empresa o demitisse”.

ERNANI DEFENDE: “É NECESSÁRIO MANTER AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E ADOTAR PROCEDIMENTOS QUE FACILITEM O FUNCIONAMENTO DO COMÉRCIO”

De acordo com a Assessoria de Imprensa do Executivo, em reunião promovida na segunda-feira, 13, entre membros que compõem o Conselho de Gerenciamento de Crise do Coronavírus, o prefeito Ernani Vasconcellos observou que os baixos números de casos confirmados da doença na cidade têm feito aumentar a pressão dos empreendedores contra a administração para que permita a reabertura dos estabelecimentos comerciais da cidade.

Porém, ele destacou que o município vem seguindo as normas do decreto estadual. “Há municípios em que o comércio abriu, mas por determinação das autoridades estaduais, foi novamente fechado”, lembrou.

Ernani acrescentou que é preciso manter as medidas de prevenção mas também é necessário adotar procedimentos que facilitem o funcionamento do comércio. “O Estado manterá o decreto até o dia 22. Penso que nos municípios onde os casos estão estabilizados, o governador poderia autorizar a flexibilização das medidas da quarentena. Isso pode ser de forma gradativa”, observou.

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