Professor Nicola Costa palestrou sobre o martírio de conflitos e guerras no Brasil e no mundo
Na quarta-feira, dia 22, a Câmara Municipal, por meio do Programa Escola do Legislativo “Cidade Livre do Rio Pardo” recebeu o professor e escritor Nicola Costa, que proferiu palestra sobre “Cidades Martirizadas na História, como Canudos”.
Os trabalhos foram conduzidos pelo diretor executivo do Programa, Matheus Schiavon, tendo como participantes alunos das três séries do Ensino Médio do Colégio De Grau em Grau/COC, além de professores que, atentos, acompanharam a explanação do mestre.
Nicola iniciou a palestra destacando Canudos e as barbáries da guerra ocorrida no município na Bahia. Ele citou um momento de Euclides da Cunha, que cobriu o trágico confronto como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, onde salvou um menino órfão, que mais tarde graduou-se professor, agradecendo ao também escritor e engenheiro por salva-lo dos horrores daquela batalha.
Remetendo à atualidade, Nicola destacou as guerras em países como a Ucrânia e também entre Israel e o grupo extremista Hamas, fazendo um comparativo ao que ocorreu também em Canudos. “Choramos e ficamos horrorizados com as barbáries ocorridas nestes países longínquos, mas nem sequer nos martiriza as atrocidades cometidas ao povo de Canudos. A guerra mata para que a memória da mesma seja apagada e não contada”, observou.
O professor e escritor destacou, ainda, a morte de Zumbi dos Palmares numa espécie de guerra ‘abafada’ que o Brasil viveu na época da escravidão, mas que jamais pode ser esquecida, principalmente para que todos tenham consciência da importância do povo negro, não apenas fazendo uma referência no dia 20 de novembro.
Ainda sobre guerras que o Brasil enfrentou, Nicola citou uma das mais veladas e, ao mesmo tempo, mais vistas: a cracolândia. “O que a televisão noticia diariamente naquele lugar também é uma guerra, uma exploração do vício, uma ‘batalha’ por território e viciados. É triste a realidade, onde muitos ainda fingem não ver, mas que existe”.
Em sua menção às guerras mundiais, Nicola não deixou de citar Adolf Hiltler, porém destacando que ninguém faz uma guerra sozinho, nem mesmo o nazista. “Em nome de poder, religião, ambições das mais variadas se faz a guerra, que nunca pode ou deve ser de responsabilidade de um único homem. Que vocês, jovens que aqui estão, não se deixem levar pelas belas produções americanas, onde todo o mundo não presta, apenas os Estados Unidos da América. Que vocês enxerguem as ‘guerras’ tristes e escondidas que existem no Brasil, assim como enxergam em outros países. E que lutem sempre à paz, amando este país, pois em qualquer guerra todos, absolutamente todos, saem perdendo”, concluiu Nicola.
Ao final da palestra, o professor encenou parte de uma peça de teatro, escrita por ele, acerca do assunto abordado, arrancando, como sempre, emoção e aplausos.