Ricardo Canaveze: Jornalista e radialista trabalha há 13 anos no Grupo EPTV em Ribeirão Preto
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
A partir deste sábado, 24, o www.minhasaojose.com.br inicia uma série de entrevistas com rio-pardenses que, por diferentes motivos, fizeram ou estão fazendo suas carreiras fora da cidade. O “Cadê Você?” quer mostrar por onde andam esses filhos da nossa terra, contar um pouco sobre cada um, o que os motivaram a sair de São José e onde trabalham atualmente.
Além disso, as entrevistas também destacarão as lembranças que cada um tem de nossa querida Rio Pardo, fazendo uma viagem entre o ontem e o hoje dos entrevistados, sendo uma forma de matar as saudades e homenageá-los, pois todos têm histórias curiosas, desafiadoras e de superação, como é o caso do nosso primeiro entrevistado, Ricardo Canaveze Squiavão.
Ele ficou conhecido em São José pela voz, já que iniciou sua carreira profissional no rádio quando tinha apenas 17 anos. Quando residia em São José, Ricardo sempre estudou em escolas municipais e públicas, entre elas a Emei São Cristovão, a E.E. “Dr.Cândido Rodrigues” e E.E. “Euclides da Cunha”.
Graduado em Comunicação Social pela UNIFAE, de São João da Boa Vista, ele enxergou em Ribeirão Preto, nossa conhecida ‘califórnia brasileira’, uma oportunidade para crescer profissionalmente. Embora estabelecido não tão longe daqui, Ricardo confessou que sente saudades de São José. “É aqui que recarrego minhas energias”, disse.
Durante o bate papo virtual, o jornalista e radialista resgatou momentos que o marcaram na profissão, contou sobre o trabalho nas Emissoras Pioneiras de Televisão (EPTV), onde atua no jornalismo on line e também do sonho de voltar a São José para colocar em prática um antigo projeto. Vamos saber qual é? Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Ricardo, começaremos falando um pouco sobre a profissão. O que o levou a optar pela área de comunicação?
Ricardo Canaveze Squiavão: O gosto pelo rádio vem desde a minha infância. Me lembro de ter pedido um aparelho de rádio de presente aos meus pais quando sofri um acidente e precisei ficar em repouso por causa de uma fratura grave na perna esquerda. Eu queria uma companhia. Com o rádio, podia ouvir emissoras da cidade e da região, e ficava imaginando como seria trabalhar como locutor, falar para a cidade toda, tocar músicas e dar notícias. Uns anos se passaram, já estava na adolescência, resolvi fazer do topo de uma árvore, no quintal de casa uma estação de rádio imaginária. Eu subia na árvore – uma mangueira de uns oito metros de altura – e passava horas ali em cima falando como se fosse um locutor. Colava adesivos nos galhos para simular os botões de uma mesa de som e em um outro galho simulava o microfone. Nesse contexto todo acredito que foi nascendo uma vocação, uma inclinação para a comunicação.
Em que ano começou a trabalhar efetivamente como comunicador?
Comecei a minha carreira profissional na comunicação em 1997, aos 17 anos de idade, na Rádio Difusora de São José do Rio Pardo. Além da Difusora, também trabalhei na Cidade Livre FM e nas duas emissoras comunitárias da cidade: Maria FM e Esperança FM. No jornalismo, além da Difusora, passei pelos impressos Gazeta do Rio Pardo e Correio do Pardo. Esse último foi um projeto que ajudei a criar e que, apesar do curto tempo de circulação, me rendeu bons frutos.
Alguém o influenciou ou serviu de inspiração para você seguir nessa profissão?
Existem pessoas com as quais eu tive a honra de trabalhar que são até hoje inspiração para a minha vida profissional. Tento absorver o que esses profissionais têm de melhor. O dinamismo e a criatividade de um, a serenidade e o compromisso de outro são exemplos em que procuro me espelhar.
Há algum momento que o tenha marcado nesta trajetória profissional? Pode dividi-lo conosco?
Muitos! Tenho paixão por ouvir e reportar histórias. O jornalismo me possibilitou relatar o resgate de um bebê abandonado dentro de uma caixa de papelão na porta da residência de um casal de idosos; a aflição de mães e esposas de detentos quando a polícia invadia um presídio durante uma rebelião; a tensão da família de uma criança entre a vida e a morte dentro de uma ambulância após sofrer um acidente de trânsito e, mais recentemente, as dores daqueles que perderam um ente querido para a Covid-19. Ainda levei para os meios de comunicação declarações polêmicas, especialmente na política, e denúncias como a de um suposto esquema de fraude para obter a carteira de motorista. Como nem tudo tem que ser sofrimento e tristeza, também pude divulgar a alegria do renascimento de uma vítima de um crime depois de receber a doação de 60 litros de sangue; a felicidade de ser mãe perto dos 50 anos e a esperança em fazer parte de um novo e promissor tratamento contra o câncer em um dos maiores e mais conceituados centros médicos do Brasil: o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
Por que optou em fazer carreira em Ribeirão Preto e a quanto tempo está por aí?
A minha vinda para Ribeirão, há 13 anos, só tem uma razão: o Jornalismo. Me lembro de quando peguei um ônibus em São José e desci na rodoviária de Ribeirão com uma pasta cheia de currículos embaixo do braço. Tive uma professora na faculdade que dizia que todos os empregos que ela tinha conseguido havia batido na porta das empresas e pedido trabalho. E foi o que fiz. Também tive a graça de Deus, que colocou em meu caminho pessoas que me deram oportunidades desde o meu início em São José.
Quais trabalhos já realizou em Ribeirão e onde trabalha atualmente?
Trabalho no Grupo EPTV desde que cheguei a Ribeirão Preto, no ano de 2007. A minha atuação na empresa sempre foi com o jornalismo on-line. Quando integrei a equipe do Jornal A Cidade – impresso diário que circulou até 2018 – já atuava na versão da internet. Mais recentemente, foi criado o Portal ACidade ON, com cinco redações no interior paulista. Eu atuo na redação de Ribeirão, que é integrada com a EPTV e a Rádio CBN.
Já que o assunto é trabalho, o que é o melhor e o que é o pior em trabalhar na área de comunicação?
O melhor é saber que a gente escreve a história todos os dias. Às vezes, não da forma como gostaríamos, mas os acontecimentos precisam ser contados e a verdade sempre irá incomodar. O pior é assistir a um momento preocupante com a disseminação de informações nem um pouco compromissadas com a ética, muitas vezes falsas notícias, as fake news.
Qual é a sua maior saudade aqui em São José?
Do convívio com minha família, especialmente de minha saudosa mãe, Dona Lourdes, dos meus amigos, da época do rádio, do colégio, do futebol no terrão da praça São Cristovão, na Vila Brasil, da boate e bailes do Rio Pardo Futebol Clube e mais outras boas coisas que só São José tem. Costumo dizer que é em São José que recarrego minhas energias.
Para finalizar, você pretende voltar a morar e trabalhar aqui em São José?
Gosto muito da minha cidade e voltaria a morar e a trabalhar em São José sim. O Correio do Pardo é um projeto que não morreu e penso que um dia ainda poderá ser retomado.