Rosângela Gomes Pereira fala da satisfação em ser voluntária há décadas
Reportagem e texto: Natália Tiezzi Manetta
Doar-se ao próximo sem saber quem ele é e sem receber ou esperar nada em troca. Esse é um dos lemas dos voluntários, pessoas que doam principalmente seu tempo para colaborar com os que mais precisam. E São José tem muita gente que desenvolve essa verdadeira vocação, sendo que uma delas é muito conhecida e querida pela comunidade: Rosângela Aparecida Gomes Pereira.
Ela iniciou no trabalho voluntário em 1975, aos 15 anos, quando ingressou no Interact Club. “O convite foi feito pelo meu amigo José Geraldo Cerbone. Eu me identifiquei muito com o voluntariado, pois participávamos de muitas campanhas como a do Agasalho, a do Natal (com arrecadação de brinquedos), a dos Alimentos, bem como ajudávamos na organização de Feiras e exposições, inclusive a extinta FRAPIC, além de eventos voltados às Semanas Euclidianas”, contou.
E foi a partir daí que Rosângela também ingressou em outros grupos, inclusive de igrejas, que desempenhavam o mesmo trabalho voluntário. “Através dessas atividades temos a oportunidade de conhecer uma outra realidade, que existe e, às vezes, é muito triste, mas que podemos e precisamos nos mobilizar para tentar melhora-la”, disse.
Após sair do Interact em 1978, Rosângela continuou sendo voluntária em outros projetos e retornou ao Rotary, já como rotariana, em 2002. “Faço parte da 1ª turma de mulheres a ingressar no Rotary Club, pois até 1998 a entidade só aceitava homens. “Desde então já fui presidente, coordenadora do Programa de Intercâmbio de Jovens, além do Clube A Família, enfim, cargos voluntários que sempre desempenho com muito amor e respeito ao Rotary e à população, pois as atividades que desempenhamos por meio dele sempre serão em prol aos mais necessitados e com o intuito de melhorar a qualidade de vida de cada um”, ressaltou.
MOMENTOS INESQUECÍVEIS E DE APRENDIZADO NO VOLUNTARIADO
Por falar em ações, atualmente Rosângela participa de inúmeras propostas pelo Rotary Club, juntamente com seus companheiros, a exemplo da fabricação de fraldas geriátricas e do projeto Nascidos para Ler, cuja entidade é parceira. “Levamos informação e incentivamos o hábito da leitura entre as gestantes durante curso da Santa Casa, além dos pontos onde o projeto está presente na cidade, entre eles a Biblioteca Municipal e ESFs”.
Fora do Rotary, Rosângela também participa de trabalhos voluntários em entidades assistencias, entre elas Agradef, Pevi, APAE, Renascer, e ainda pratica o voluntariado em asilos e clínicas geriátricas.
Nos mais de 20 anos em que exerceu o Magistério, Rosângela procurou incentivar seus alunos a participarem de ações voluntárias. “Encabeçamos muitas campanhas e, como costumamos dizer, plantamos a sementinha do voluntariado naquelas crianças e adolescentes, sendo que muitos ainda praticam o trabalho voluntário”.
Nestas muitas décadas dedicadas ao próximo, Rosângela tem muitos momentos que marcaram sua vida. “Um deles aconteceu quando o Clube A Família, do qual faço parte até hoje, promoveu uma campanha para doação de enxoval às mães carentes. Levamos um enxovalzinho para uma mãe no hospital. Ela agradeceu o gesto e perguntou como era meu nome e que sua filha também se chamaria Rosângela, em minha homenagem. Isso me deixou muito feliz! Outro momento marcante foi durante uma Campanha de Natal do Rotary, onde distribuímos brinquedos às crianças. Aqueles sorrisos sinceros de gratidão por receber uma bola ficarão para sempre marcados em minha memória”.
“QUEM DOA GANHA MUITO MAIS DO QUE AQUELE QUE RECEBE”
Com essa frase, Rosângela resumiu o que representa o trabalho voluntário em sua vida. “Nada é mais gratificante que um sorriso, um abraço, um olhar, um ‘muito obrigada por estar aqui comigo’. Às vezes as pessoas acham que doação só resolve se for em dinheiro, mas não é só isso que importa. Doar tempo, doar amor e carinho podem fazer toda a diferença na vida de alguém, não importa a idade”.
Sobre o que mais aprendeu em todos esses anos dedicados ao trabalho voluntário, Rosângela disse que, em síntese, a ser uma pessoa melhor em todos os sentidos. “Me sinto abençoada por ser voluntária. Tudo que fiz até hoje foi com muito amor e vontade de ajudar. Isso está em mim desde os 15 anos e pretendo continuar desempenhando até quando eu tiver forças porque é uma grande satisfação em minha vida poder ajudar ao próximo”.
Para finalizar, Rosângela deixou um convite todos nós. “Sejam voluntários. Experimentem a doçura de poder ajudar a quem mais precisa. Pode ser pelo Rotary, numa igreja, associação de bairro, entidade, não importa. Doe seu tempo, seu carinho, pois há muita gente que precisa e espera por eles”, concluiu.