Santa Casa apresenta a CIHDOTT: “Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Transplantes de Tecidos”
Na tarde de terça-feira, 6, Dia Municipal da Conscientização à Doação de Órgãos e Tecidos, a Santa Casa de Misericórdia – Hospital São Vicente apresentou a CIHDOTT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Transplante de Tecidos, além de promover palestra sobre a importância da conscientização e de debater a doação de órgãos.
Além da equipe de Enfermagem, demais colaboradores de todas as áreas da Santa Casa participaram das palestras.
O primeiro a explanar foi o médico intensivista e coordenador da CIHDOTT, Dr. Danilo Lima, que explicou que a Comissão é multidisciplinar, capaz de efetivar a proposta de doação, melhorando a identificação e a manutenção de potenciais doadores.
“A CIHDOTT organiza rotinas e protocolos para possibilitar o processo de doação de órgãos e tecidos dentro da instituição, notificando as situações de possíveis doadores de órgãos e tecidos, responsabilizando-se pela segurança na realização dos protocolos de diagnósticos de Morte Encefálica, bem como o acolhimento dos familiares de pacientes falecidos, tanto doadores, quanto não doadores, antes, durante e depois de todo o processo”, explicou o médico
Dr. Danilo apresentou, ainda, os componentes da Comissão, que são colaboradores da Santa Casa, entre eles uma secretária enfermeira, duas enfermeiras, uma assistente social e o coordenador. “Queremos que a Santa Casa seja exemplo, referência e para isso seguiremos todos os protocolos”
Além das explicações sobre as funções e objetivos da Comissão, Dr. Danilo chamou a atenção para a mudança na legislação com relação à doação consentida. “Conforme a Lei nº 10.211/2001, que está em vigor, estabelece que as manifestações de vontade relativas às doações de órgãos, constantes na carteira de identidade civil e na carteira de habilitação, não tem validade e isso ocorre desde dezembro de 2000, ou seja, é necessário o consentimento familiar para a doação”, observou.
E, conforme o coordenador da CIHDOTT, essa é uma das questões mais difíceis de se tratar, principalmente por conta da falta de informação e conscientização das famílias à doação de órgãos. “Inclusive, a Comissão também objetiva essa conscientização junto à família. Será um grande desafio, mas esse já é o primeiro passo”, observou.
Após a apresentação da CIHDOTT, o médico nefrologista Dr. Rafael Sanches Humel também observou a dificuldade na conscientização das famílias com relação à doação de órgãos, observando que o assunto precisa ser mais abordado. “Quase 40% das famílias rejeitam que o paciente seja doador”, acrescentou.
Durante a palestra ele informou o que pode ser doado, sendo rim, fígado, coração, pâncreas, pulmão, córnea, pele, ossos, válvula, cartilagem e medula.
“Na área em que atuo, a nefrologia, para se ter uma ideia pacientes em diálise que são submetidos a transplante de rim possuem uma sobrevida de 97%, diminuindo muito a mortalidade”, destacou.
E não é apenas a questão familiar que pode interferir na doação de órgãos. Dr. Rafael explicou que contraindicações também ocorrem. “Embora elas ocorram, acredito que é essencial essa proximidade das áreas de Saúde com as famílias para informar sobre a importância da doação de órgãos para que vidas, que poderiam ser salvas, não se percam como ocorre anualmente”, concluiu.
Texto e fotos: Natália Tiezzi – Assessoria de Comunicação Santa Casa/SAVISA