Saúde alerta: Ainda não há estabilidade da Covid-19 em São José
Reflexos do feriado prolongado já são sentidos com aumento nas internações e número de casos positivos
Texto: Natália Tiezzi
Embora nas duas últimas semanas o número de casos positivos e internações de Covid-19 tenham registrado uma pequena queda, nesta semana esses percentuais voltaram a subir, o que voltou a preocupar a Saúde Municipal. Em entrevista à Rádio Difusora na manhã desta sexta-feira, 18, a enfermeira coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Gisele Santos, e o Diretor de Saúde, Antônio José Manrique, destacaram a atual situação da cidade com relação ao Novo Coronavírus e foram enfáticos: “Ainda não há estabilidade da doença em São José, ou seja, não é momento de deixarmos de lado as medidas de prevenção”, destacaram.
Segundo Gisele, este aumento no número de casos e principalmente de internações registrados nos últimos dias pode ser reflexo direto do último feriado prolongado, onde muitas pessoas viajaram para outras localidades e muitas também vieram para cá. “Já sabíamos que teríamos esse aumento no número de casos, mas o que vem chamando a atenção é no número de internações. Nesta semana, por exemplo, em duas horas tivemos duas. Atualmente temos 8 pacientes internados, sendo 3 na UTI e 5 na enfermaria Covid-19. O que não queremos que aconteça é que esses novos casos se agravem, como, inclusive ocorreu no Dia dos Pais, onde tivemos picos de mais de 20 internações, sobrecarregando o hospital e muitos óbitos”, observou a enfermeira.
Uma boa notícia é que os três pacientes que estavam internados em outras cidades, já que são conveniados e cada plano de saúde possui seus devidos hospitais de referência à Covid-19, já tiveram alta.
Porém, como ainda não há estabilidade da doença e por outro lado há flexibilização maior de algumas atividades, ambos observaram que há uma responsabilidade coletiva ainda maior. “Todas as medidas de prevenção devem continuar, inclusive o uso de máscaras, mas de forma correta, tapando o nariz e a boca, seja em ambiente público, comércios, etc. Estudos comprovam que o uso correto da mesma diminui em até 90% as chances de contaminação”, destacou Manrique.
FASE AMARELA CONTINUA POR MAIS 2 SEMANAS
Conforme Gisele, o governo estadual adotou novas formas de análise para mudança de fase do Plano São Paulo. “Agora, ao invés da análise de 15 em 15 dias, as regiões estão sendo avaliadas a cada 28 dias para mudarem de fase. Vale lembrar que a avaliação não é feita por município, mas por região. Portanto, São José, que pertence à DRS de São João da Boa Vista permanecerá na fase amarela por mais duas semanas. Após esse período, a região será novamente avaliada”.
Para avançar ou regredir de fase no Plano São Paulo são levados em consideração principalmente as internações, óbitos e novos casos positivos. “Apesar da análise para mudança de fase ter sido ampliada para 28 dias, a regressão pode ocorrer a qualquer momento. Portanto, só depende de nós regredirmos ou avançarmos”, destacou Gisele, acrescentando que as regras para estabelecimentos comerciais, igrejas, templos e academias também continuam as mesmas.
Manrique afirmou que até o momento foram repassados cerca de R$ 4 milhões ao município para combate à Covid-19, valor que está sendo suficiente para suprir a demanda. “Inclusive para novas contratações à saúde, pagamento de horas extras e, claro, à Santa Casa, que também está sendo beneficiada com uma porcentagem e está desempenhando um excelente trabalho no tratamento dos pacientes acometidos por essa doença. Aliás, até o momento, nenhum paciente ficou sem atendimento”.
Neste ínterim, Gisele mencionou a eficiente troca de informações entre a Saúde Municipal e os convênios, bem como farmácias e laboratórios. “É um trabalho em equipe e todos podem ficar tranquilos com relação aos números, pois a cada notificação de caso, seja suspeito ou confirmado, somos comunicados, inclusive as farmácias e laboratórios particulares também nos informam sobre os testes. Já os planos de saúde estão nos auxiliando com relação ao monitoramento de casos suspeitos, pois são responsáveis por eles”.
O que também vem colaborando para o não agravamento dos casos é o diagnóstico precoce e o uso do protocolo de medicamentos desenvolvido pela Saúde Municipal. “O que percebemos é que as pessoas estão mais conscientes em procurar atendimento médico assim que surgem os primeiros sintomas. O diagnóstico precoce e o uso dos medicamentos no início da doença fazem com que diminuam os riscos de agravamento e possíveis internações. Então, essa recomendação continua: a qualquer sintoma (febre, tosse, dor de garganta), as pessoas devem procurar auxílio médico no PPA Central, das 7h00 às 19h00, ou no Pronto Socorro”, finalizou Gisele.