Saúde dos olhos: Dra. Denise Ferreira recomenda visita anual ao Oftalmologista
Entrevista e texto: Natália Tiezzi
Assim como aqueles exames de rotina que devem ser feitos anulamente, a saúde dos olhos também precisa de cuidados periódicos. Porém, muita gente ainda procura um médico oftalmologista apenas quando sente algum desconforto na visão, sem saber que uma visita anual pode detectar e até prevenir algumas doenças oculares.
Para falar um pouco sobre qual a idade ideal para se iniciar as consultas, bem como problemas mais recorrentes e prevenção às doenças da visão, o www.minhasaojose.com.br entrevistou a doutora Denise Fronzaglia Ferreira. Ela também explicou que algumas pessoas ainda têm a concepção de que o oftalmologista só trata conjuntivite e prescreve óculos, quando, na verdade, uma consulta pode detectar além de doenças oculares como a hipertensão arterial, diabetes, etc.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Dra. Denise, qual a idade ideal para a 1ª consulta com o oftalmologista?
Dra. Denie Fronzaglia Ferreira: Não existe idade ideal. É fundamental que os recém-nascidos passem pelo teste do olhinho na maternidade e sejam encaminhados imediatamente se houver qualquer alteração. Fora isso e alterações detectáveis pelos pais, pode-se iniciar o acompanhamento ao redor de 3-4 anos de idade.
Qual deve ser a periodicidade destas consultas?
Para indivíduos sem doenças oculares, o ideal é comparecer ao Oftalmologista anualmente.
E quais os motivos para as pessoas procurarem o oftalmo apenas quando sentem algum incômodo na visão?
As pessoas acreditam que o Oftalmologista só trata conjuntivite e prescreve óculos. No entanto, é possível diagnosticar diversas doenças na consulta, tanto oculares quanto do restante do corpo, como hipertersão arterial, diabetes, artrite reumatóide, alterações cerebrais entre outros.
Quais doenças oculares podem ser evitadas ou diagnosticadas precocemente com a visita mais frequente ao oftalmo?
Nas crianças, conseguimos detectar falhas no desenvolvimento visual, que respondem bem ao tratamento até 07 anos de idade. Além disso, crianças e adolescentes apresentam risco de desenvolver ceratocone, que é uma alteração progressiva da córnea, na frente do olho, que leva a perdas visuais difíceis de tratar e pode ser prevenido. Nos adultos, o mais prevalente é o glaucoma, que leva à cegueira com o passar dos anos e não produz sintomas em quadros iniciais.
Os pais estão levando mais seus filhos crianças/adolescentes ao oftalmo? Por quê?
Sempre há uma preocupação em levar as crianças ao Oftalmologista, além de ter o reforço positivo da escola e dos Pediatras para que isso aconteça. No entanto, em 2020, pode-se dizer que a demanda aumentou em decorrência do uso excessivo de telas e da visão de perto, gerado pelas aulas on-line.
Os adultos ainda têm receio de se consultarem? Ainda há aqueles que tentam resolver tudo com ‘um colírio’?
Muitas pessoas recorrem ao farmacêutico para adquirir um colírio, felizmente muitos na nossa cidade são responsáveis e nos encaminham os pacientes para uma melhor avaliação, mas nem todo lugar é assim. Mas acredito que o maior receio ainda seja o medo de usar óculos, o que muitos não querem, e o risco de saber que precisa de uma cirurgia.
Nos últimos meses, qual a doença ocular mais frequente que a dra. diagnosticou em crianças e em adultos?
O mais prevalente em qualquer ano é a necessidade de óculos e, no ano passado, especificamente, fomos obrigados a prescrever alguns que em situação normal, sem pandemia, talvez não fossem necessários. Houve um aumento de casos de conjuntivite alérgica, provavelmente pelo período extenso de secas e, em contrapartida, observamos uma redução das conjuntivites infecciosas, que pode ser devido ao maior cuidado com a higiene das mãos durante a pandemia.