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Taline Libânio: Assistente Social deixou São José há 18 anos e atualmente reside em Sorocaba

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Ela contou que saiu da cidade natal para estudar, aos 19 anos, quando foi aprovada no vestibular da UNESP/Franca

Entrevista e texto: Natália Tiezzi

Amigos internautas. A entrevista especial desta semana do espaço “Cadê Você?”, traz a história de Taline Libânio da Cruz, uma rio-pardense que saiu de São José aos 19 anos para estudar um curso ainda não muito conhecido, inclusive pela própria aluna: O Serviço Social.

Entretanto, desde a adolescência, Taline já demonstrava vocação em auxiliar o próximo, principalmente os mais vulneráveis. A graduação, pela UNESP de Franca, aprimorou seu dom.

Mas, antes de deixar Rio Pardo para cursar uma faculdade pública, a jovem se dedicou muito aos estudos. “Estudei no colégio Euclides da Cunha todo o ensino fundamental, até o 2º ano do Ensino Médio. Fiz parte do grêmio estudantil e tenho ótimas recordações da época em que estudei nesse colégio. Finalizei o Ensino Médio na Fundação Educacional, onde consegui uma bolsa de estudos pra finalizar meus estudos. Na época também estudava na Escola Industrial em Mococa, onde finalizei um curso técnico de Administração, no mesmo ano em que encerrei o Ensino Médio. Após concluir o Ensino Médio, fiquei 1 ano fazendo cursinho antes do ingresso na Universidade. Fazia o cursinho no colégio Unigrau, onde consegui uma Bolsa também e participava do cursinho comunitário aos sábados. Foi um ano em que me dediquei exclusivamente aos estudos. E tive sucesso ao ingressar, em 2003, em segundo lugar, na universidade pública, UNESP – Campus de Franca, no curso de Serviço Social”, contou.

Após finalizar a graduação, Taline fez 2 especializações: uma em Serviço Social e Direito Social, pela Universidade de Brasília -CEAD/UnB e outra em Gerência de Cidades, pela FAAP – SP.

Ao longo da entrevista, a assistente social de 37 anos explicou por que optou pela carreira, contou sobre os trabalhos que já desempenhou na área, bem como um pouco das atividades atuais, que desempenha em Sorocaba, município que reside há 14 anos.

Taline também destacou recordações do período em que viveu em São José, inclusive alguns sabores de família, entre eles o cuscuz preparado pela mãe, Lúcia, o doce de leite da vó ‘Luizinha’ e o biscoito de polvilho da vó Maria.

Ela falou, ainda, sobre o futuro e não descarta a possibilidade de trabalhar e residir mais próximo de São José.

Ao final, Taline deixou um conselho para quem pretende deixar a ‘terrinha’, seja para estudar, trabalhar ou morar. “Acredito que sair da casa dos pais, conhecer outras cidades, outras pessoas, ter outras vivências é muito importante para nosso crescimento, mas não devemos nunca esquecer nossas origens”, afirmou.

Confiram, abaixo, a entrevista na íntegra.

Lembranças da infância: Taline com um aninho

Taline, o que a motivou a seguir essa profissão? Você teve alguma influência familiar, de amigos?  

Taline Libânio da Cruz: Sempre gostei muito de ler e escrever, meus testes vocacionais sempre indicavam a área de humanas. Tinha interesse pelo curso de psicologia e fui conhecer o CAPS de São José quando fazia cursinho, lá descobri que tinham outras profissões que trabalham com atendimento de famílias, como o Serviço Social, foi então que decidi me inscrever nessa graduação. Cheguei na faculdade conhecendo muito pouco da profissão, mas tive excelentes professores, tutores de pesquisa e supervisores de estágio que contribuíram para que eu me apaixonasse pelo Serviço Social.

Qual foi seu primeiro emprego na área?  

Na faculdade eu realizei 3 estágios na área, um na prefeitura de Franca, no setor de inscrição do cadastro único; um em um serviço de acolhimento para crianças e outro no centro jurídico social da universidade. Mas meu primeiro emprego mesmo foi como assistente social aprimorada no Hospital Infantil Boldrini, em Campinas/SP, em janeiro de 2007. Além de trabalhar como assistente social tinha uma bolsa de aprimoramento na área de oncologia infantil.

Em que cidade reside atualmente e qual é seu trabalho? Poderia descreve-lo?

Atualmente resido em Sorocaba. Em maio deste ano completei 14 anos residindo aqui.  Sou assistente social concursada da Prefeitura, atuei na gestão por 6 anos, na divisão de Vigilância Socioasssitencial e atualmente componho a equipe de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), onde realizo acolhida, atendimento e acompanhamento a famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Além da prefeitura eu atuo como consultora na área do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com oferta de treinamentos, palestras e elaboração de projetos para trabalhadores do SUAS e Organizações da Sociedade Civil.

Informação e orientação: Taline com grupo de famílias em trabalho na Assistência Social
A profissional no Encontro de Assistência Social da região metropolitana

Em todos esses anos de profissão, qual foi o momento mais especial e marcante de sua carreira?

Nossa! Essa é difícil! Acho que cada atendimento que realizo e a família colhe algum resultado é especial. Desde o acesso a um documento civil ou adesão a um tratamento de dependência química, mediados por minhas orientações e acompanhamento. É uma sensação indescritível de dever cumprido e de que estou no caminho certo. Mas teve uma situação diferente, quando atuava na Vigilância Socioassistencial e iniciei um mapeamento de mulheres vítimas de violência. Escrevi um artigo sobre a ação e ele foi premiado em uma Mostra Nacional de Vigilância Socioassistencial.  Fui convidada a ir até Brasília e a compor uma mesa para apresentar meu trabalho. Foi muito motivador.

Qual é a vantagem e a desvantagem de morar fora de sua terra natal?  

Acredito que as vantagens estejam inseridas nas oportunidades de crescimento pessoal e profissional, desde aprender a manter sua casa limpa e fazer sua comida, até administrar suas contas e adquirir seus bens, já que existem mais ofertas de trabalho e de capacitação/atualização profissional. A desvantagem é a distância da família.

Por falar em Rio Pardo, qual é a sua maior saudade daqui?  

Acho que cada fase da minha vida teve uma maior saudade. Logo que saí a saudade maior eram dos amigos. Hoje, a saudade maior é da família, em especial do meu sobrinho Nicolas e dos meus avós.

Momento em família: Taline com os pais, a irmã, pais, sobrinho comemorando um de seus aniversários

Cite um sabor, um cheiro e um som que a façam lembrar de São José.  

Sabor: cuscuz que minha mãe faz, doce de leite da vó ‘Luizinha’ e biscoito de polvilho da vó Maria;

Cheiro: terra molhada e esterco, pode parecer estranho, mas lembram minha infância no sítio com meu pai e meus tios;

Som: modas de viola; essas músicas sempre me lembram São José e trazem muitas lembranças da minha família.

Quais suas pretensões para o futuro, pessoalmente e profissionalmente falando? Voltar a morar e trabalhar em São José estariam nestes planos?  

Pretendo continuar me aprimorando profissionalmente e buscando novos espaços de atuação, inclusive na região de São José. Retornar para nossa região é um desejo sim, espero que em breve consiga estar em alguma cidade mais próxima da minha família, amigos de infância e do meu noivo, que é de São João da Boa Vista/SP.

Para finalizar, que conselhos daria aos jovens que pretendem estudar e trabalhar fora de São José?  

Acredito que sair da casa dos pais, conhecer outras cidades, outras pessoas, ter outras vivências é muito importante para nosso crescimento, mas não devemos nunca esquecer nossas origens. Estar distante não significa obrigatoriamente estar ausente. Busque novas oportunidades, voe, sonhe, mas visite sua família, mantenha contato com seus amigos, pois independente de onde estiver são eles que sempre estarão lá, caso decida ou precise voltar.

Amizades de uma vida: Taline e suas amigas: mais uma de suas saudades de São José do Rio Pardo
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